Valor nutritivo do glicerol e comportamento ingestivo de vacas leiteiras periparturientes / Nutritional value of glycerol and ingestive behavior of dairy cows periparturientes

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A expansão da indústria de biocombustíveis tem gerado aumento na disponibilidade do glicerol, o qual pode ser utilizado como ingrediente na ração de vacas leiteiras. Objetivou-se nesse estudo determinar os efeitos do glicerol sobre o CMS, produção de leite, produção de AGCC no rúmen, parâmetros sanguíneos, consumo seletivo e comportamento ingestivo de vacas leiteiras periparturientes. Vinte e seis vacas multíparas da raça Holandesa foram pareadas de acordo com o desempenho na lactação anterior e data prevista de parição, e alimentadas com dietas contendo glicerol ou milho grão úmido desde -28 até +56 DRDP. O glicerol foi incluído em 11,5 e 10,8% do total da MS nas dietas pré e pós-parto, respectivamente. O CMS não foi alterado (P>0,05) pela alimentação com glicerol tanto no pré-parto (14,9 vs. 14,6 kg/dia, controle vs. glicerol) quanto no pós-parto (19,8 vs. 20,7 kg/dia, controle vs. glicerol), assim como a produção (35,8 vs. 37 kg/dia, controle vs. glicerol) e composição de leite não diferiram (P>0,05) entre os tratamentos. A concentração de glucose no sangue foi reduzida (P<0,05; 59,1 vs. 53,4 mg/dL, controle vs. glicerol) e de ABHB no sangue foi elevada (P<0,05; 0,58 vs. 0,82 mmol/L, controle vs. glicerol) nas vacas alimentadas com glicerol durante o pré-parto. A concentração de AGNE no sangue não diferiu (P>0,05) entre os grupos experimentais no pré-parto, e não houve efeito (P>0,05) do glicerol sobre os parâmetros sanguíneos durante o pós-parto. A concentração total de AGCC no rúmen (mmol/L) não diferiu (P>0,05) entre os tratamentos, mas houve aumento (P<0,05) na proporção molar de propionato (22,7 vs. 28,6%, controle vs. glicerol) e butirato (11,5 vs. 15,3%, controle vs. glicerol) e redução (P<0,05) na proporção molar de acetato (61,5 vs. 51,5%, controle vs. glicerol) nas vacas alimentadas com glicerol. Em relação ao consumo seletivo e comportamento ingestivo, houve aumento (P<0,05) na taxa do CMS (94,2 vs. 144,4 g MS/h; controle vs. glicerol) e no consumo preferencial (9,2 vs. 17,8%; controle vs. glicerol) de partículas longas na dieta com glicerol, porém houve redução (P<0,05) na taxa do CMS de partículas curtas (383,8 vs. 332,5 g MS/h; controle vs. glicerol) e muito curtas (173,9 vs. 129,8 g MS/h; controle vs. glicerol) e aumento (P<0,05) na rejeição de partículas curtas (42 vs. 37,3%; controle vs. glicerol) e muito curtas (17,9 vs. 13,6%; controle vs. glicerol) durante o pré-parto. Não houve efeito (P>0,05) dos tratamentos sobre o consumo seletivo de partículas da dieta no pós-parto e também sobre o comportamento ingestivo durante todo o período experimental. Os dados obtidos na presente pesquisa indicaram que a substituição do milho grão úmido pelo glicerol em dietas para vacas leiteiras periparturientes foi satisfatória.

ASSUNTO(S)

biocombustíveis consumo seletivo energia preferência subproduto producao animal 1.bovinos de leite - alimentação e período de transição 2.nutrição animal 3.glicerol - valor nutritivo biofuels selective consumption energy preferably byproduct

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