Valor nutritivo de alimentos, deposição de nutrientes e desempenho de frangos de corte / Valor nutritivo de alimentos, deposição de nutrientes e desempenho de frangos de corte / Nutritional value of feedstuffs, deposition of nutrients and performance of broilers chickens / Nutritional value of feedstuffs, deposition of nutrients and performance of broilers chickens

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

08/12/2008

RESUMO

Foram conduzidos três ensaios biológicos para determinar o valor nutricional de alimentos, a deposição de nutrientes e o desempenho de frangos de corte. No primeiro foram utilizados 432 frangos de corte, machos, da linhagem Cobb, com 21 dias de idade, para determinar os valores da energia metabolizável aparente corrigida pelo balanço de nitrogênio (EMAn); o coeficiente de metabolizabilidade da energia bruta (EB) em EMAn (CMEMAn), e estimar equações de predição da EMAn dos ingredientes energéticos e protéicos, empregando o método da coleta total de excretas. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente ao acaso, com 12 tratamentos (10 alimentos e duas rações referências), sendo cada tratamento representado por um tipo de alimento (milho, milheto, sorgo, farelo de trigo, farelo de arroz integral, óleo de soja, farelo de soja, farelo de glúten de milho 60%, farinha de carne e ossos e farinha de penas e vísceras) e seis repetições de seis aves por unidade experimental (UE). No segundo ensaio foram utilizados 198 frangos de corte machos da linhagem Cobb, com 31 dias de idade, provenientes do primeiro ensaio, para determinar os valores de energia metabolizável verdadeira corrigida pelo balanço de nitrogênio (EMVn); o coeficiente de metabolizabilidade da EB em EMVn (CMEMVn); e estimar equações de predição da EMVn dos mesmos ingredientes do primeiro ensaio, porém, com a utilização do método da alimentação precisa. O delineamento experimental empregado foi inteiramente ao acaso, com 10 tratamentos (10 alimentos), sendo cada qual representado por um tipo de ingrediente (milho, milheto, sorgo, farelo de trigo, farelo de arroz integral, óleo de soja, farelo de soja, farelo de glúten de milho 60%, farinha de carne e ossos e farinha de penas e vísceras) e seis repetições, de três frangos por UE. Após determinada a composição química e energética dos ingredientes, estimou-se equações de regressões linear e múltipla para predizer as EMAn e EMVn dos ingredientes. Posteriormente, os valores das energias metabolizáveis estimados pelas equações foram comparados aos valores preditos pelas equações propostas por diferentes autores. No terceiro foram utilizados 456 frangos de corte, machos, da linhagem Cobb, com 21 dias de idade e 705 g de peso corporal médio para determinar os valores de energia metabolizável aparente corrigida (EMAn); os coeficientes de metabolizabilidade da energia bruta (EB) em EMAn (CMEMAn) e os coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca (CDAMS), da matéria orgânica (CDAMO), do extrato etéreo (CDAEE) e da proteína bruta (CDAPB) das setes rações formuladas com alimentos ingredientes alternativos ao milho e ao farelo de soja. Bem como, para avaliar o desempenho e a deposição corporal da matéria seca (DCMS), da matéria orgânica (DCMO), do extrato etéreo (DCEE), da proteína bruta (DCPB) e da energia bruta (DCEB) apresentados pelos frangos de corte. Também, buscou-se analisar se há diferença na composição nutricional, no metabolismo e no desempenho apresentados pelas aves, quando é utilizada a composição química dos ingredientes apresentada nas tabelas brasileiras para aves e suínos, a analisada nos ingredientes (Capítulo I) e a obtida na análise das rações para formular as dietas. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente ao acaso, com sete tratamentos, sendo cada um representado por um tipo de ração, e 10 repetições de seis aves por unidade experimental. O valor da EMAn e da EMVn do milho, do milheto, do sorgo, do farelo de trigo, do farelo de arroz integral e do óleo de soja foi, respectivamente, de: 3.918 e 3.996 kcal/kg de MS; 3.441 e 3.847 kcal/kg de MS; 3.567 e 3.805 kcal/kg de MS; 1.865 e 2.503 kcal/kg de MS; 2.326 e 3.387 kcal/kg de MS; e 8.744 e 9.375 kcal/kg de MS. Para os farelos de soja e de glúten de milho 60% o conteúdo da EMAn e da EMVn, foi de 2.605 e 3.277 kcal/kg de MS e 3.871 e 4.749 kcal/kg de MS, respectivamente. Para as farinhas de carne e ossos e de penas e vísceras a EMAn e a EMVn foram de 1.984 e 2.156 kcal/kg de MS e 3.882 e 4.893 kcal/kg de MS. O CMEMAn e o CMEMVn do milho, do milheto, do sorgo, dos farelo de trigo e de arroz integral e do óleo de soja foram, respectivamente, de: 86,50 e 88,24%; 74,66 e 83,45%; 80,11 e 85,45%; 40,81 e 54,77%; 47,10 e 68,59%; 91,60 e 98,21%. Para os farelos de soja e de glúten de milho 60% o CMEMAn e o CMEMVn foram de 53,85 e 67,75% e 64,15 e 78,70%, respectivamente. Para as farinhas de carne e ossos e de penas e vísceras o CMEMAn e o CMEMVn foram de 57,50 e 62,50% e 59,70 e 75,24%, respectivamente. O CDAMS e o CDVMS do milho, do milheto, do sorgo, dos farelos de trigo e de arroz integral e do óleo de soja foram, respectivamente, de: 86,67 e 93,33%; 78,53 e 90,52%; 77,96 e 89,05%; 45,53 e 51,20%; 44,46 e 63,16%; 71,21 e 73,07%. Para os farelos de soja e de glúten de milho 60% o CDAMS e o CDVMS foram de 59,31 e 69,62% e 63,09 e 79,20%, respectivamente. Para as farinhas de carne e ossos e de penas e vísceras o CDAMS e o CDVMS foram de 42,70 e 47,62% e 77,90 e 77,55%, respectivamente. O CDAMO e o CDVMO do milho, do milheto, do sorgo, do farelo de trigo, do farelo de arroz integral e do óleo de soja foram, respectivamente, de: 87,38 e 92,89%; 79,43 e 90,11%; 79,02 e 88,22%; 47,42 e 51,20%; 52,42 e 66,26%; 76,39 e 85,22%. Para os farelos de soja e de glúten de milho 60% o CDAMO e o CDVMO foram de 60,69 e 71,85% e 63,73 e 80,62%, respectivamente. Para as farinhas de carne e ossos e de penas e vísceras o CDAMO e o CDVMO foram de 65,63 e 65,42% e 79,00 e 76,65%, respectivamente. O CDAPB do milho, do milheto, do sorgo, do farelo de trigo e do farelo de arroz integral foi, respectivamente, de: 64,20%; 70,27%; 84,60%; 70,61%; 76,99%. Para os farelos de soja e de glúten de milho 60% o CDAPB foi de 88,22% e 120,07%, respectivamente. Já para as farinhas de carne e ossos e de penas e vísceras o CDAPB foi de 45,73% e 26,67%, respectivamente. O CDAEE e o CDVEE do milho, do milheto, do sorgo, do farelo de trigo, do farelo de arroz integral e do óleo de soja foram, respectivamente, de: 81,76 e 88,99%; 58,22 e 77,42%; 61,97 e 84,88%; 68,04 e 81,51%; 47,29 e 86,15%; 81,57 e 96,01%. Para os farelos de soja e de glúten de milho 60% o CDAEE e o CDVEE foram de 89,72 e 69,46% e 69,60 e 74,83%, respectivamente. Já para as farinhas de carne e ossos e de penas e vísceras o CDAEE e o CDVEE foram de 89,76 e 96,57% e 102,77 e 94,49%, respectivamente. O CDAENN do milho, do milheto, do sorgo, do farelo de trigo e do farelo de arroz integral foi, respectivamente, de: 91,72%; 88,08%; 89,42%; 54,69%; 69,27%. Para os farelos de soja e de glúten de milho 60% o CDAENN foi de 83,62% e 122,75%, respectivamente. Para as farinhas de carne e ossos e de penas e vísceras o CDAENN foi de 75,85% e 90,15%, respectivamente. Os modelos que apresentaram a MM, a PB, o EE, a FDN o amido ou a MM, a FDNcp e a FDA como variáveis independentes mostraram-se boas estimadoras do valor da EMAn dos ingredientes de origem vegetal avaliados. As equações estimadas para predizer a EMVn do milho, do milheto, do sorgo, dos farelos de trigo, de arroz integral, de soja e de glúten de milho 60% e das farinhas de carne e ossos e de penas e vísceras não se mostraram eficientes para estimar seus valores energéticos. Apesar das rações terem sido formuladas para conter a mesma quantidade de EMAn, constatou-se que ocorreu variação de 3,77% (132 kcal) entre valores, quando foram utilizadas a composição nutricional dos ingredientes apresentada nas tabelas brasileiras de aves e suínos, a dos ingredientes analisada em laboratório e a determinadas no ensaio de metabolismo. O coeficiente de metabolizabilidade da EMAn das rações 1; 2; 3; 4; 5; 6 e 7 foi, respectivamente, de 74,69%, 74,24%, 72,62%, 73,37%, 72,14%, 76,28% e 73,97%. O coeficiente médio da digestibilidade da MS, da MO, da PB e do EE das rações foi de 73,68%, 76,39%, 71,47% e 82,79%, respectivamente. Não foi observada diferença entre os teores dos nutrientes utilizados para o cálculo dos coeficientes de digestibilidade. A utilização dos ingredientes alternativos ao milho e ao farelo de soja não afetou o peso corporal aos 33 dias de idade, o ganho de peso e a conversão alimentar dos frangos. Ao utilizar a conversão e a deposição corporal dos nutrientes e da energia para avaliar o efeito das diferentes rações na alimentação dos frangos, constatou-se diferença no desempenho dos animais.

ASSUNTO(S)

alimentos desempenho frangos de corte nutricao e alimentacao animal food performance broilers chickens

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