Uso de videolaringoscópio para intubação traqueal em paciente com massa tumoral na cavidade oral: relato de caso

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Anestesiol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-08

RESUMO

Resumo Justificativa e objetivos No planejamento da abordagem a uma via aérea difícil prevista, é importante determinar qual será a estratégia a ser seguida. A videolaringoscopia é uma ótima opção em situações em que existam fatores indicadores de dificuldade de acesso à via aérea. Também é indicada em situações de resgate, quando houve insucesso na tentativa de intubação com a laringoscopia direta. O objetivo deste relato é mostrar a eficácia da utilização do videolaringoscópio como primeiro dispositivo diante de paciente com grande tumor que ocupava quase a totalidade da porção anterior da cavidade oral. Relato do caso Paciente com 85 anos, sexo masculino, 162 cm, 70 kg, estado físico ASA II, classificação de Mallampati IV, foi escalado para a ressecção de um angiossarcoma localizado no seio maxilar direito que invadia grande parte do palato duro e da porção superior da orofaringe. Apresentava-se lúcido, consciente e orientado, com valores de pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória normais e, apesar do grande tumor na cavidade oral, não apresentava qualquer sinal de insuficiência respiratória ou de obstrução das vias aéreas. Após venóclise, foi feita monitorização e sedação com 1 mg de midazolam, por via venosa, e colocado cateter nasal para administração de oxigênio, com fluxo de 2 L.min-1. Em seguida, foi iniciada a infusão alvo-controlada de remifentanil com concentração efeito de 2 ng.mL-1 segundo o modelo farmacocinético de Minto. A ventilação foi mantida em espontânea durante a manipulação da via aérea. Foi realizado bloqueio transcricotireóideo, sendo injetados 8 mL de solução de lidocaína a 1% na luz traqueal. Um pequeno sangramento não impediu que um método óptico fosse utilizado para realizar a intubação traqueal. Toda a cavidade oral recebeu o spray de lidocaína tópica a 1%. Foi utilizado o videolaringoscópio McGraph com a lâmina de intubação difícil, e um tubo aramado com fio guia no seu interior, foi utilizado para a intubação traqueal, que foi realizada na primeira tentativa, com boa visualização da glote. Conclusão O videolaringoscópio ocupa uma posição de destaque nos casos em que o acesso à via aérea é difícil. No presente caso, a sua utilização foi útil. Ele pode ser utilizado como primeira opção ou como técnica de resgate. Nas condições sempre preocupantes diante de um paciente com via aérea difícil, o videolaringoscópio deve estar disponível, constituindo-se uma boa opção.

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