Comparação de videolaringoscópio com canal e máscara laríngea na intubação traqueal de pacientes obesos: estudo clínico randomizado

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Anestesiol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-04

RESUMO

Resumo Justificativa: A obesidade dificulta a ventilação manual e intubação traqueal devido ao acúmulo de tecido adiposo na via aérea superior e a complacência diminuída na caixa torácica. Os videolaringoscópios e as Máscaras Laríngeas para Intubação (MLI) são alternativas boas para o manuseio da via aérea difícil, de acordo com as diretrizes da Sociedade Americana de Anestesologia (ASA). O objetivo do estudo foi comparar o uso da MLI e do Airtraq, um videolaringoscópio com canal, em pacientes obesos. Método: Estudamos 80 pacientes com classificação ASA I-III, com idades entre 18 e 65 anos e índice de massa corporal acima de 35 kg.m-2, submetidos a cirurgia eletiva com indicação de intubação orotraqueal. Os pacientes foram intubados empregando-se um dos seguintes dispositivos: MLI ou Airtraq. Resultados: Não houve diferença entre o número de tentativas de intubação, tempo de inserção do dispositivo e necessidade de manobras de otimização para o Airtraq e MLI. A intubação com Airtraq foi realizada mais rapidamente do que no Grupo MLI (29,9 ± 22,1 s vs. 50,7 ± 21,2 s; p < 0,001). Houve diferença significante na comparação do tempo total para intubação (29,9 ± 22,1 s vs. 97,4 ± 42,7 s; p < 0,001). Houve aumento estatisticamente significante da pressão arterial média após a inserção do dispositivo no Grupo MLI (p < 0,05). Conclusões: Airtraq parece ser superior a MLI em pacientes obesos, apresentando tempo total de intubação abaixo de 60 segundos e com menor variação na pressão arterial média. Todavia, a MLI ainda é ferramenta útil que propicia tanto ventilação quanto intubação durante todo o processo de manejo da via aérea.

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