Uso de octreotida na hemorragia digestiva alta secundária à hipertensão portal em pacientes pediátricos: experiência de um serviço terciário

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Paulista de Pediatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-12

RESUMO

OBJETIVO: Descrever a evolução clínica dos episódios de hemorragia digestiva em crianças portadoras de hipertensão portal, com e sem cirrose, tratadas com octreotida. MÉTODOS: Estudo retrospectivo e descritivo de 26 episódios de sangramento digestivo em 17 pacientes (média de idade: 8,6 anos; variação: sete meses a 18,9 anos), no período de 1998 a 2006, num hospital terciário universitário. O diagnóstico de hipertensão portal foi estabelecido por ultrassonografia e a cirrose foi confirmada pela histologia e classificada quanto à gravidade pelo escore de Child-Pugh. RESULTADOS: As causas da hipertensão portal foram: obstrução extra-hepática da veia porta em 11/17 casos (65%) e cirrose hepática em 6/17 (35%). O sangramento foi controlado em 14/17 pacientes (82%). O tempo de infusão da droga necessário para controle do sangramento foi semelhante entre cirróticos e não cirróticos, mas o declínio nos níveis de hemoglobina, o volume transfusional requerido e o tempo de internação foram maiores nos pacientes com cirrose, embora sem diferença estatística. Essas mesmas variáveis não se modificaram em relação aos dois diferentes esquemas de infusão da droga: com dose de ataque ou iniciando com dose de manutenção. Insucesso terapêutico foi observado com maior frequência entre os pacientes cirróticos (33%). Hiperglicemia foi o único efeito colateral detectado durante a infusão. CONCLUSÕES: A administração de octreotida em crianças e adolescentes com sangramento digestivo por hipertensão portal foi segura e efetiva no controle do sangramento agudo, independente da causa da hipertensão portal e do esquema de infusão.

ASSUNTO(S)

octreotida hemorragia digestiva hipertensão portal criança adolescente

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