URBANESAURBANESAS ERRANTES: experiência e teimosia nos riscos da cidade. / URBANESAURBANESAS wandering: experience in risk and stubbornness of the city.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

09/12/2011

RESUMO

Entre aqueles que se apaixonam pela vida das cidades, as urbanesas ganham tantos nomes quantas são suas feições: cidades invisíveis, cidades subjetivas, musas das ruas, contramãos. Partindo dos relatos de sonho criados por alguns destes apaixonados, traçamos a fisionomia das urbanesas, num procedimento de montagem que incorpora o que nos contam estes sonhadores. As urbanesas personificam três tensões ou problemas, tendo a cidade como paisagem: a tensão entre a pobreza de experiência e o cotidiano urbano; a força afetiva dos desvios ao utilitarismo e privatismo exacerbados na administração das cidades contemporâneas; e, por fim, a relação entre escrita e cidade, literatura e pensamento. Através da combinação do arranjo referencial e de imagens literárias, cinematográficas, filosóficas e fotográficas, seguimos os rastros de três urbanesas que, por força do ímpeto que a cada uma anima, foram assim batizadas: EXPERIÊNCIA, TEIMOSIA e ESCRITA. A história que atravessa as urbanesas se desenrola em torno do desencontro entre EXPERIÊNCIA e COTIDIANO na cidade. Trata-se de uma pesquisa cujo procedimento consiste em tomar os conceitos por personagens e as análises por enredos; do que se obtém, literalmente, tramas conceituais. Neste modo de pesquisar, uma linha errática passa entre o traço narrativo e o analítico. Contudo ela não os separa, os embaraça. Assumindo a própria pesquisa como prática de restauração da cidade subjetiva, a montagem de escritas ou riscos não se refere à cidade como totalidade, e sim como profusão de experiências que não perduram nem se enraízam e que, no entanto, persistem deixando seus vestígios registrados em escritas dispersas por toda parte, como exercícios de restauração da experiência urbana. Aquém e além de um experimento de linguagem, o cruzamento da narrativa com as problematizações da experiência urbana é o próprio gesto através do qual os conceitos e questões reverberam entre si. Trata-se de tomar os riscos da cidade como linhas de problematização e restauração da experiência urbana. O que entra em questão aqui é a aposta no uso de imagens capazes de fazer desejar na cidade mesma, uma cidade outra.

ASSUNTO(S)

experiência teimosia cidade escrita montagem psicologia social experience stubbornness city writing composition

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