Uma Lectina D-lactose específica da esponja marinha Cinachyrella apion: purificação, caracterização e interação com Leishmania chagasi

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Uma varredura de lectinas foi realizada em extratos protéicos de quatro espécies de esponjas utilizando técnicas de imunodifusão para identificar lectinas imunorreativas ao anticorpo policlonal gerado contra CvL, uma lectina de Cliona varians. O extrato bruto da esponja Cinachyrella apion foi imunorreativo e apresentou atividade hemaglutinante a eritrócitos humanos de todos os grupos do sistema ABO. Assim, ele foi submetido ao fracionamento com acetona, à cromatografia de afinidade com IgG anti-CvL desglicosilada ligada a Sepharose e à romatografia de gel filtração em uma coluna Superose 6 10 300 GL em istema FPLC-AKTA (Fast Protein Liquid Chromatography) para a purificação de uma lectina imunorreativa ao anticorpo IgG anti-CvL. A lectina de C. apion (CaL) aglutinou todos os tipos de eritrócitos humanos, com preferência por eritrócitos papainizados dos tipos A e O. A atividade hemaglutinante mostrou-se independente dos íons Ca2+, Mg2+ e Mn2+, e foi fortemente inibida pelo dissacarídeo D-lactose, até a concentração mínima de 6,25 mM. A massa molecular da CaL, determinada por gel filtração em uma coluna Superose 12 10 300 GL em sistema FPLC-AKTA e eletroforese em gel de poliacrilamida com SDS, foi de aproximadamente 124 kDa, consistindo de oito subunidades de 15,5 kDa, unidas por interações hidrofóbicas. A lectina foi relativamente estável em extensas faixas tanto de pH quanto de temperatura. Promastigotos de Leishmania chagasi foram aglutinados por CaL, indicando que receptores de lactose podem estar presentes nesse estágio do parasita. Esses achados são indicativos do papel de defesa fisiológica da CaL e do seu possível uso na antibiose de protozoários patogênicos

ASSUNTO(S)

lectina lectin bioquimica leishmania chagasi sponge cinachyrella apion cinachyrella apion esponja leishmania chagasi

Documentos Relacionados