Uma experiência de ensino crítico com alunas/os iniciantes de inglês: foco em gênero e sexualidade / A critical teaching experience with students beginners of English: focus on gender and sexuality

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

17/08/2012

RESUMO

Este estudo caracteriza-se como um estudo de caso crítico de natureza qualitativa. Consiste no desenvolvimento de algumas atividades críticas, focando os temas gênero e sexualidade, em duas turmas de inglês para iniciantes do Centro de Línguas da Universidade Federal de Goiás no ano de 2010. As atividades realizadas abordaram situações vivenciadas por mulheres e pelas próprias alunas, ao discutir a jornada dupla de trabalho das mulheres; diferentes formas de vivenciar gênero, ao tratar da rotina de sábado de dois travestis; e arranjos familiares alternativos, diferentes dos reforçados e impostos pelo padrão hegemônico, ao apresentar famílias de casais homossexuais. A intenção era observar as reações de alunas/os aos temas críticos, as possibilidades e os desafios da realização de ensino crítico em níveis iniciantes e minha atitude como professora pesquisadora ao abordar esses temas críticos em sala. O embasamento teórico centrou-se nos seguintes tópicos e autoras/es: Linguística Aplicada Crítica (COX; ASSIS-PETERSON, 1999; FERREIRA, 2006; MOITA LOPES, 1999, 2006; PENNYCOOK, 1998, 2001, 2006); gênero e sexualidade (LOURO, 2007, 2010; MOITA LOPES, 2002); professoras/es críticas/os (GIROUX, 1997; SCHÖN, 1983, 2000; SMYTH, 1991; VAN MANEN, 1995, 2007, 2008). As reações de alunas/os em relação aos temas críticos foram variadas, dentre as quais se destacam comentários, chacotas, gestos, constrangimento, distanciamento do tema, silêncio, recusa em fazer a atividade, omissão do tema, negação e participação ativa na realização da atividade oral ou escrita. A viabilidade e a relevância da realização de ensino crítico em turmas iniciantes foram demonstradas pelas reflexões realizadas pelas/os alunas/os nas atividades orais e escritas, apontando para o desenvolvimento de uma visão mais pluralista sobre gênero, além do desenvolvimento linguístico. Quanto à minha atitude ao abordar temas críticos, realizei reflexão sobre a ação (SCHÖN, 1983, 2000; VAN MANEN, 1995, 2008) ao assumir uma atitude política na escolha dos temas e planejamento das atividades críticas a serem realizadas em sala. No entanto, tive dificuldade em realizar reflexão na ação (SCHÖN, 1983, 2000; VAN MANEN, 1995, 2008), já que apresentava uma tendência a não reagir diante de eventos críticos ocorridos em sala de aula. Assim, posso dizer que alcancei o quarto momento da reflexão crítica de Smyth (1991) ao reconstruir minha prática, ou seja, ao mudar o enfoque de minhas aulas para atividades e temas críticos, mas não fui capaz de reconstruir minha ação com relação à atitude de não reação diante de eventos críticos.

ASSUNTO(S)

ensino de línguas ensino crítico gênero sexualidade linguistica language teaching critical education, gender, sexuality

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