UM OLHAR SOBRE AS PRÁTICAS DE LEITURA NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA EM 5 E 8 SÉRIES

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Este estudo analisou as práticas de leitura que ocorrem nas aulas de Língua Portuguesa, especificamente, com turmas de 5 e 8 séries em três escolas da rede pública do município de Ponta Grossa Paraná. E, ainda, buscou-se compreender as condições físicas, materiais, pedagógicas e humanas existentes nessas escolas que contribuem para o desenvolvimento efetivo de práticas de leitura. A pesquisa de campo envolveu as seguintes estratégias: observação da escola e das aulas de Língua Portuguesa, aplicação de questionários aos responsáveis pelas bibliotecas, pedagogos, professores e alunos das classes observadas. A metodologia empregada para a coleta de dados foi a pesquisa qualitativa do tipo etnográfica e os dados foram analisados de acordo com a abordagem das pesquisas qualitativas. O trabalho está organizado em três eixos de discussão: a) políticas educacionais e o contexto escolar; b) práticas docentes: rituais e rotinas no cotidiano escolar; c) as práticas de leitura na escola: a leitura como prática cultural. As discussões teóricas estão assentadas em autores que discutem a escola, a leitura e as práticas culturais, como Bourdieu, Freire, Chartier, Smith, Foucambert, Solé e Silva e, também nos que trabalham com as políticas educacionais, como: Paro, Frigotto, Sacristán e, ainda, nos que têm como eixo o cotidiano: Mclaren, Heller, Bourdieu, e outros. As principais conclusões são as seguintes: a) a clientela das escolas é formada por uma diversidade econômica e cultural muito grande e, dessa forma, a escola tenta homogenizar e ritualizar as ações docentes para impor uma postura uniforme; b) as escolas sustentam suas práticas centradas em rituais e rotinas criadas há muito tempo; c) as relações promovidas em sala de aula são provocadoras de competições entre professores e alunos. Esses agentes no contexto escolar lutam entre si, fazendo acordos, negociações na tentativa de cada um, impor a seu modo os seus valores, crenças e hábitos; d) os professores não planejam suas aulas, o que resulta em atividades fragmentadas, repetitivas o que não estimula a participação dos alunos nas aulas; e) o livro didático é o material mais utilizado pelos professores para trabalhar a leitura em sala de aula; f) dentro das escolas existe um discurso pronto institucionalizado que culpa a mídia e a instituição familiar pelo desinteresse dos alunos pela leitura; g) os profissionais responsáveis por mediarem a leitura nas escolas bibliotecários, pedagogos e professores afirmaram que são leitores, porém, eventuais. Tanto os professores quanto os alunos reconhecem que a leitura é importante para a vida das pessoas, têm noção do papel da escola na formação de leitores.

ASSUNTO(S)

education politics políticas educacionais práticas de leitura reading practices educacao escola school

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