Tuberculose em pacientes hospitalizados: características clínicas dos pacientes que iniciaram tratamento nas primeiras 24 h de permanência hospitalar

AUTOR(ES)
FONTE

J. bras. pneumol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-06

RESUMO

Objetivo: Comparar as características clínicas e os desfechos de pacientes hospitalizados por tuberculose que iniciaram tratamento nas primeiras 24 h de permanência hospitalar com as daqueles que iniciaram tratamento após 24 h. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo de casos novos de tuberculose com idade ≥ 18 anos que necessitaram internação hospitalar após atendimento no setor de emergência. Resultados: Foram incluídos 305 pacientes hospitalizados, dos quais 67 (22,0%) iniciaram o tratamento nas primeiras 24 h (grupo ≤24h), e 238 (88,0%) o iniciaram após (grupo >24h). Ser do sexo feminino (OR = 1,99; IC95%: 1,06-3,74; p = 0,032) e ter pesquisa de BAAR positiva no escarro espontâneo (OR = 4,19; IC95%: 1,94-9,00; p < 0,001) se associaram com o tratamento nas primeiras 24 h. Na comparação dos grupos ≤24h e >24h, a taxa de internação em UTI foi de, respectivamente, 22,4% e 15,5% (p = 0,258), enquanto a ventilação mecânica foi utilizada em 22,4% e 13,9% (p = 0,133), a taxa de óbito hospitalar foi de 22,4% e 14,7% (p = 0,189), e a taxa de cura foi de 44,8% e 52,5% (p = 0,326). Conclusões: Embora o tratamento antituberculose tenha sido iniciado rapidamente em uma proporção considerável dos pacientes hospitalizados, as taxas de mortalidade hospitalar, internação em UTI e uso de ventilação mecânica permaneceram elevadas. Estratégias para o controle de tuberculose na atenção primária devem considerar que pacientes atendidos em hospitais chegam muito tardiamente e com doença avançada, sendo necessário implementar medidas de busca ativa na comunidade para o diagnóstico e o tratamento mais precoce.

ASSUNTO(S)

tuberculose hospitalização tempo para o tratamento medicina de emergência diagnóstico tardio

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