Tuberculose em pacientes adultos infectados pelo virus da imunodeficiencia humana atendidos no Hospital das Clinicas da Universidade Estadual de Campinas
AUTOR(ES)
Veronica Maria Sinkoc
DATA DE PUBLICAÇÃO
2002
RESUMO
Existe consenso de que a pandemia do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) desencadeou um aumento na incidência da tuberculose. Por outro lado, a tuberculose diminui a sobrevida de pessoas com HIV. Este estudo teve por objetivo descrever aspectos epidemiológicos, a apresentação clínica, diagnóstico e evolução de pacientes com co-infecção tuberculose-HIV . Foi realizado estudo descritivo de pacientes adultos com tuberculose, notificados em 1998, pelo Núcleo de Vigilância Epidemiológica do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas, que apresentavam sorologia positiva para o HIV. Foram incluídos pacientes com 13 anos de idade ou mais. Noventa e oito pacientes foram estudados. A relação masculino/feminino foi de 2,6/1, sendo que as mulheres eram mais jovens e com menos escolaridade que os homens. Houve referência de drogadição por 54,8% dos pacientes e etilismo por 57,3%. A exposição anterior a doentes de tuberculose aconteceu em 43,9%. O diagnóstico de infecção pelo HIV foi simultâneo ao de tuberculose em 31,6% e a tuberculose foi a doença definidora de AIDS em 46,9% dos pacientes. O diagnóstico de infecção pelo HIV simultâneo à tuberculose esteve relacionado à hospitalização, enquanto o uso de drogas esteve relacionado ao diagnóstico prévio de infecção pelo HIV. A média e mediana de contagem de linfócitos T CD4 foram respectivamente 187 e 111 cel/mm3 no momento do diagnóstico da tuberculose. A apresentação clínica pulmonar isolada aconteceu em 39,8%, a extrapulmonar em 30,6% e associação de ambas em 29,6%. O diagnóstico de tuberculose foi realizado com base na presença de bacilo álcool-ácido resistente ou M. tuberculosis em 65,3% e exames que sugeriam tuberculose em 34,7% dos pacientes estudados. A internação por ocasião do diagnóstico de tuberculose aconteceu em 53,1%. A evolução dos casos foi de cura em 35,7%, abandono 21,4%, óbito 32,7% e transferência, 10,2%. Ao comparar cura e óbito, a hospitalização possibilitou 7,3 vezes mais chance de óbito. Estes dados mostram a gravidade da tuberculose em pacientes com HIV. Estratégias para realizar diagnóstico precoce do HIV devem ser implementadas na população, favorecendo a aplicação de profilaxia para tuberculose e o controle da imunossupressão através de terapia anti-retroviral
ASSUNTO(S)
epidemiologia tuberculose aids (doença)
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000295538Documentos Relacionados
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