Tratamento operatório das bolhas pulmonares gigantes
AUTOR(ES)
Botter, Marcio, Saad Júnior, Roberto, Botter, Denise Aparecida, Rivabem, Jorge Henrique, Gonçalves, Roberto, Dorgan Neto, Vicente
FONTE
Revista da Associação Médica Brasileira
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007-06
RESUMO
OBJETIVOS: A escassez de publicações nacionais a respeito desta doença no Brasil nos motivou a realizar o presente trabalho, cujos objetivos são descrever a evolução histórica e analisar os resultados do tratamento operatório das bolhas enfisematosas gigantes na Santa Casa de São Paulo. MÉTODOS: Avaliamos retrospectivamente, entre janeiro de 1979 a junho de 2005, os prontuários de 83 doentes submetidos a uma entre quatro modalidades operatórias: bulectomia por toracotomia, bulectomia por cirurgia torácica videoassistida (CTVA), drenagem de bolha por CTVA e drenagem de bolha com anestesia local, totalizando 92 operações. Os parâmetros analisados foram tempo de internação, complicações pós-operatórias, mortalidade perioperatória e tardia, além de parâmetros clínicos e funcionais pré e pós-operatórios. RESULTADOS: A morbidade foi de 40,2% e mortalidade pós-operatória precoce, de 4,3%. As complicações pós-operatórias tiveram relação com os antecedentes mórbidos dos doentes. Fatores como enfisema pulmonar difuso, múltiplas bolhas e idade não influenciaram nas complicações precoces. Houve melhora da sintomatologia e dos resultados funcionais em 94,5% dos doentes. Não houve recidiva das bolhas operadas. A mortalidade cinco anos após a operação foi de 18,3% e decorreu, principalmente, da progressão clínica do enfisema pulmonar difuso. CONCLUSÃO: Diversas modalidades operatórias foram realizadas para tratar bolhas pulmonares enfisematosas, desde a bulectomia por toracotomia, na fase inicial até a drenagem de bolha com anestesia local e talcagem, o método que preferencialmente realizamos nos dias atuais. Independente do método utilizado, entretanto, não obstante a morbidade relativamente elevada, os resultados pós-operatórios são bastante favoráveis, com baixa mortalidade e incontestável melhora clínico-funcional dos doentes operados.
ASSUNTO(S)
enfisema pulmonar/cirurgia enfisema pulmonar/terapia pulmão/cirurgia drenagem
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