Tratamento antiretroviral para a infecção pelo HIV/AIDS e o risco de desenvolver hiperglicemia e dislipidemia

AUTOR(ES)
FONTE

Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo

DATA DE PUBLICAÇÃO

2007-04

RESUMO

Um estudo epidemiológico transversal, com caráter analítico, foi realizado para descrever características sócio-demográficas bem como verificar a associação entre o tipo de tratamento antiretroviral empregado e hiperglicemia e hiperlipidemia, com especial atenção aos pacientes em uso de inibidores da protease do HIV. As informações foram obtidas a partir de um questionário e da coleta de sangue e urina para a execução dos exames laboratoriais. Foram entrevistados 418 pacientes, sendo que 46 indivíduos foram excluídos do estudo. A amostra foi então composta por 372 pacientes soropositivos para o HIV atendidos no ambulatório do Hospital Correia Picanço da Secretaria Estadual de Saúde, no período de agosto a novembro de 2000. O teste do Qui-quadrado foi usado para testar as associações e a regressão logística múltipla para ajustar pelos potenciais fatores de confusão. Observou-se uma maior frequência de pacientes com níveis elevados de glicose entre aqueles que faziam uso de terapia antiretroviral sem inibidores da protease, mas o pequeno número de indivíduos limitou as comparações. Verificou-se uma associação entre o colesterol total e o uso de inibidores da protease (p = 0,047) mesmo após o ajuste por idade. Verificou-se também uma associação entre os níveis de triglicerídeos e o uso de inibidores da protease que permaneceu estatisticamente significante mesmo após o ajuste por idade, sexo e níveis de creatinina (p < 0,001). Os níveis de glicose, de TSH, a presença de proteinúria e a pratica de exercícios físicos não estiveram associados com os níveis de colesterol ou com os níveis de triglicerídeos, não se caracterizando como fatores de confusão das associações descritas.

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