The equine thymic microenvironment: morphologic characteristics in normal or carrying animals of equine infectious anemia. / O microambiente tímico eqüino : características morfológicas em animais normais ou portadores de anemia infecciosa eqüina.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2000

RESUMO

Neste trabalho, estudamos timos de equinos, incluindo aspectos morfológicos e o microambiente tímico em fetos, animais normais após o nascimento, e eqüinos com Anemia Infecciosa Eqüina (AIE). Utilizamos 64 animais em diferentes idades. Os timos foram analisados por técnicas histológicas, imunohistoquímica para detecção de proteínas de matriz extracelular tais como, fibronectina, laminina e colágeno tipo IV, e ainda microscopia eletrônica. Nos animais após o nascimento, classificamos a involução tímica dependente da idade em cinco graus. Atrofias graus I e II ocorriam predominantemente entre 6 a 18 meses de idade; atrofia III, de 18 meses até 4 anos de idade; atrofias IV e V, de 4-5 anos de idade até 18 anos. Esta atrofia não ocorre uniformemente, no mesmo timo, demonstrando variação local de um lóbulo para outro, sugerindo variabilidade de microambiente. Espaços perivasculares (PVS) foram observados contendo, linfócitos os quais formavam uma camada celular ou eram dispostos em cordões, sugerindo comunicação funcional com a camada periférica de células epiteliais do compartimento intraparenquimal. A matriz extracelular no timo eqüino, apresenta distribuições definidas na cápsula, septos e espaço perivascular (colágenos intersticiais, proteoglicanos, fibras elásticas e fibronectina); membrana basal lobular e vascular (laminina e colágeno tipo IV); intersticial ou intraparenquimal colágeno tipo III e fibronectina. Isto é semelhante com o que foi observado em timo de outras espécies de mamíferos. Hematopoese intratímica não linfóide é um acontecimento freqüente em cavalos. Eosinófilos se diferenciam dentro do timo uma vez que formas imaturas como mielócitos e metamielócitos foram detectados. Eosinopoese foi observada em timos eqüinos, em todas as idades estando, entretanto em menor número em animais idosos. Eosinófilos imaturos e maduros foram encontrados em várias regiões dos lóbulos tímicos (dispersos ou formando agregados), particularmente nos espaços perivasculares, nas regiões cortical e medular. É interessante destacar que grânulos de eosinófilos não apresentam o típico cristalóide como outras espécies de mamíferos. Avaliamos também fetos eqüinos. Aspectos morfológicos foram descritos, mais em relação ao aparecimento seqüencial de certos eventos fundamentais, assim como a definição cortico-medular, e maturação dos corpúsculos de Hassall. Esses são similares àqueles descritos em humanos e outras espécies animais. Entretanto, os fetos eqüinos, apresentavam intensa eosinofilia intratímica e hematopoese de outras linhagens. Adicionalmente, vasos linfáticos bem definidos repletos de linfócitos foram vistos nos timos fetais. Nossos resultados demonstraram que comparando várias características morfológicas com timos de outros mamíferos, o timo fetal eqüino exibe aspectos particulares, sugerindo representar um interessante modelo adicional para estudos de hematopoese não linfóide intratímica em mamíferos; assim como a origem e destino de linfócitos encontrados dentro de vasos linfáticos tímicos. Finalmente, estudamos timos de cavalos com Anemia Infecciosa Eqüina. Observamos uma severa e acelerada atrofia tímica, com formação de grandes corpúsculos de Hassall cistificados, assim como um aumento da deposição dos componentes de matriz extracelular e da rede vascular quando comparados aos timos de animais normais. Concluindo, nosso estudo enfatizou ainda a importância de se analisar vários modelos animais, de forma a evitarmos o viés de percebermos o sistema imune baseando-se somente ou, em sua maioria, no modelo de camundongo.

ASSUNTO(S)

g ciencias biologicas g

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