Tabagismo e variação ponderal: a fisiopatologia e genética podem explicar esta associação?

AUTOR(ES)
FONTE

Jornal Brasileiro de Pneumologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2007-12

RESUMO

O tabagismo é a principal causa de morte prevenível na maioria dos países, inclusive no Brasil. Parar de fumar é uma estratégia importante para reduzir a morbidade e mortalidade associada às doenças tabaco-relacionadas. Sabe-se da relação inversa entre uso de nicotina e peso corporal, onde o índice de massa corporal tende a ser menor em fumantes quando comparados aos não fumantes. Além disso, abstinência tabágica resulta em aumento de peso, sendo que ex-fumantes geralmente aumentam de 5 a 6 kg, mas cerca de 10% adquirem mais de 10 kg. O tratamento farmacológico para a cessação do tabagismo pode atenuar este ganho de peso. O aumento de peso na cessação do tabagismo como contributório à epidemia de obesidade é pouco estudado. Nos EUA, calcula-se que a fração do problema atribuível à cessação do tabagismo seja de 6% para homens e 3,2% para mulheres. Os mecanismos não são claros, mas há evidências mostrando que a dopamina e serotonina diminuem a ingestão alimentar. A administração de nicotina por qualquer via eleva agudamente os níveis destes neurotransmissores no cérebro, causando menor necessidade de ingestão energética e diminuindo o apetite. Além disso, a nicotina tem efeito direto no metabolismo do tecido adiposo, influenciando a taxa de ganho ponderal após a cessação do tabagismo. A leptina, grelina e neuropeptídio Y são peptídeos que podem contribuir para esta relação inversa entre nicotina e índice de massa corporal, em um papel ainda não determinado como conseqüente ou causador das variações ponderais.

ASSUNTO(S)

tabagismo alterações do peso corporal nicotina Índice de massa corporal leptina hormônios peptídicos

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