Suicide and regional development: A social-economic study of incidence of selfviolence in the region West and Southwest of ParanÃ: 1990-2005 / SuicÃdio e desenvolvimento regional: um estudo sÃcio-econÃmico da incidÃncia da auto-violÃncia nas mesorregiÃes Oeste e Sudoeste do ParanÃ: 1990 A 2005

Keila Rodrigues de Souza

Compreendendo o suicÃdio como um fenÃmeno universal, um reflexo das alteraÃÃes sociais e econÃmicas ocorridas na sociedade, bem como as diversidades regionais, este trabalho teve como objetivo analisar a relaÃÃo entre ocorrÃncia de suicÃdio e a configuraÃÃo do processo de desenvolvimento regional das messoregiÃes Oeste e Sudoeste do ParanÃ, entre os anos de 1990 e 2005. Com base em bibliografia de referÃncia e pesquisa, quantitativa e qualitativa, em laudos dos Institutos MÃdicos Legais, bem como em informaÃÃes sÃcio-econÃmicas referentes as duas messoregiÃes, o trabalho revelou as altas taxas de suicÃdio em ambas, taxas estas superiores a mÃdia do estado do ParanÃ e do Brasil. O trabalho evidenciou a forte relaÃÃo das taxas de suicÃdio com o conjunto de processos e dinÃmicas sÃcio-econÃmicas responsÃveis pelo desenvolvimento do Oeste e do Sudoeste, principalmente as mudanÃas sofridas no setor rural. Com uma economia alavancada pela produÃÃo agropecuÃria, transformaÃÃes neste cenÃrio, como os gerados pelo processo de modernizaÃÃo (revoluÃÃo verde), mudanÃas na estrutura fÃsica, com a construÃÃo das barragens das usinas hidrelÃtricas de Salto Caxias e Itaipu Binacional, desapropriaÃÃes de terra e Ãxodo rural , e as conseqÃentes dificuldades sofridas pela agricultura, principalmente a agricultura familiar, sÃo fatores que indicam uma forte relaÃÃo com os Ãndices de suicÃdio. Evidenciou-se, como em outros trabalhos, que a conduta suicida Ã largamente mais freqÃente entre os homens do que entre as mulheres, isto mesmo quando o contingente populacional feminino Ã superior ao masculino e que o enforcamento Ã o mÃtodo mais utilizado. Como apontaram outros estudos para o Brasil, a mortalidade-suicÃdio entre pessoas casadas foi mais freqÃente que entre os solteiros, viÃvos e desquitados. Com relaÃÃo a faixa etÃria dos suicidas, verificou-se que em ambas mesorregiÃes o suicÃdio atinge mais pessoas em faixas etÃrias de vida ativa e produtiva. Percebeu-se tambÃm, que em todo o perÃodo, as taxas de suicÃdio foram superiores entre os indivÃduos de ocupaÃÃo rural, o que indica uma forte associaÃÃo entre taxas de mortalidade-suicÃdio e a atividade agropecuÃria. Esta relaÃÃo foi observada tanto na regiÃo Oeste, quanto na regiÃo Sudoeste, todavia no Sudoeste esta relaÃÃo foi ainda mais forte, indicando maior dependÃncia do setor agropecuÃrio no desenvolvimento desta regiÃo que se configurou como regiÃo de agropecuÃria mais tradicional e pouco capitalizada, com pequenas propriedades e predomÃnio da agricultura familiar. Verificou-se tambÃm que 8 dos 20 municÃpios que compÃem o ranking dos municÃpios com maiores taxas de suicÃdio sÃo lindeiros, ou seja, municÃpios atingidos pela construÃÃo das Usinas de Itaipu e Salto Caxias. Seis destes municÃpios foram atingidos pela usina de Itaipu, todos no Oeste e 2 pela usina de Salto Caxias, um municÃpio no Oeste e outro no Sudoeste. Considerando a bibliografia de referÃncia, observou-se que a Usina de Salto Caxias adotou uma polÃtica mais eficaz no processo de desapropriaÃÃo das Ãreas atingidas do que a Usina de Itaipu e isto tambÃm pode ter influenciado em menos impacto para a populaÃÃo, o que certamente contribuiu para que esta nÃo ficasse tÃo vulnerÃvel, resultando em menores taxas de mortalidade-suicÃdio. Desta forma, este trabalho verificou que as taxas de suicÃdio sÃo fortemente influenciadas pela dinÃmica local e que os padrÃes suicidas demonstram a vulnerabilidade aos efeitos das conjunturas sociais, pois estes resultados podem estar refletindo uma relaÃÃo real com a qualidade de vida de seus autores

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