Sociodrama como prática integrativa na ação de cuidadores de idosos
AUTOR(ES)
ROSANGELA AUGUSTA DA SILVA VASCONCELOS ALVES
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
Introdução A Saúde Coletiva confronta-se com o envelhecimento acelerado da população mundial, o que suscitou, deste campo de conhecimento, respostas criativas e adequadas para atender a esta realidade. No Brasil, observam-se avanços na elaboração e execução de políticas públicas e programas de atenção ao idoso. Em contrapartida, existem desafios no que se refere à necessidade crescente de cuidadores de idosos. A utilização do sociodrama pode contribui na construção coletiva da consciência e desenvolvimento do papel profissional com vista à promoção do cuidado humanizado e do autocuidado. Objetivos 1) conhecer a autopercepção dos cuidadores sobre ser cuidador de idosos no contexto de instituições de longa permanência; 2) avaliar a autopercepção dos cuidadores de idosos sobre seu papel profissional, após a utilização de sociodramas tematizados. Metodologia Estudo de natureza qualitativa, realizado em uma instituição de longa permanência, em Fortaleza CE. Participaram do estudo seis cuidadores, de ambos os sexos, com escolaridade até o nível médio, atuando alternadamente conforme escala institucional. Para coleta de dados utilizou-se na primeira fase: questionário de identificação sócio-demográfica e entrevista semiestruturada contendo seis perguntas sobre a percepção do cuidador referente ao seu papel profissional, fundamentadas teoricamente pela Teoria dos Papéis; na segunda fase: realizaram-se seis sociodramas com etapas de aquecimento, dramatização e compartilhar, fundamentados na teoria da Sociatria. O tratamento dos dados baseou-se na Análise de Conteúdo de Bardin (2008). Resultados Na Fase 1, todos os cuidadores tiveram dificuldade inicial de interagir, superou-se com utilização de atividades lúdicas focalizando a confiança para fortalecimento dos vínculos. Os sentimentos relacionados aos idosos e ao trabalho permeiam o cuidar com amor, como se fosse cuidar de algum familiar, enquanto o cuidar de si torna-se secundário. O fortalecimento do potencial individual e grupal favoreceu a integração da primeira fase com a segunda, dada a capacidade do sociodrama de intervir na dinâmica dos papéis. A aprendizagem pessoal surgiu como resultado do dar e receber na ação de cuidar. Na Fase 2, o despertar do potencial criativo catalisou a afetividade grupal, a ética do papel profissional e a vontade de solucionar conflitos com união, força e coragem. Os cuidadores relataram que após os sociodramas houve influência na autoestima, consciência do autocuidado e fortalecimento do grupo. A consciência do papel pôde ser desvelada pelo surgimento de novas necessidades no grupo: valorização pessoal, melhores condições de trabalho e reconhecimento institucional. Conclusão A autopercepção do papel profissional expandiu, visto que os sociodramas se mostraram capazes de ampliar a percepção do cuidar de si, proporcionaram ferramentas que estimularam o autoconhecimento, a criatividade, a integração grupal e a corresponsabilidade no papel de multiplicador desta experiência. Desse modo, o sociodrama surgiu como prática integrativa viável para o cuidado com o cuidador e formação profissional humanizada na Promoção da Saúde dos cuidadores de idosos.
ASSUNTO(S)
promoÇÃo da saÚde - dissertaÇÕes cuidadores - dissertaÇÕes envelhecimento - dissertaÇÕes saude coletiva
ACESSO AO ARTIGO
http://www.unifor.br/tede//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=835951Documentos Relacionados
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