SOCIAL REPRESENTATIONS OF PHYSICIANS AND NURSES ABOUT DYSTHANASIA IN AN ICU / REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MÉDICOS E ENFERMEIROS SOBRE DISTANÁSIA EM UTI

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Esta pesquisa objetivou compreender as representações sociais de médicos e enfermeiros acerca do investimento excessivo no paciente terminal durante o processo de cuidar em uma UTI Adulto. Os objetivos específicos visaram descrever como médicos e enfermeiros significam terminalidade de vida e o investimento excessivo no paciente terminal; investigar como estes profissionais avaliam a sua formação acadêmica face ao cuidado no processo de morrer; e identificar reações e sentimentos de médicos e enfermeiros frente à morte do paciente. Constou de uma pesquisa qualitativa, exploratório-descritiva, fundamentada na Teoria das Representações Sociais. As técnicas de coletas de dados foram a entrevista focalizada e a observação participante. O processo de análise foi embasado na análise de conteúdo. Os princípios éticos foram respeitados, de forma a proteger todos os direitos dos participantes, com formalização da participação por meio de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Dentre os resultados, observou-se que os médicos e enfermeiros constroem as suas representações sociais sobre a distanásia em UTI sob influência de múltiplos fatores, partindo da ausência do ensino e preparação para lidar com a morte no cotidiano hospitalar durante a graduação e a residência médica; a complexidade da convivência cotidiana com a morte e o processo de morrer, juntamente com os sentimentos e mecanismos de defesa; a espiritualidade e a religiosidade; as afirmações de que a distanásia realmente acontece; os pedidos obstinados da família do paciente terminal internado na UTI; as grandes complexidades das tomadas de decisão, que se iniciam desde antes da admissão do paciente na UTI, passando pelas dúvidas em relação ao investimento, ou não, no mesmo e nos critérios utilizados para se saber até onde investir; o papel da equipe nas tomadas de decisão; o enorme receio das repercussões éticas e legais em relação às decisões tomadas, no que se refere aos códigos de ética profissional e o Código Penal brasileiro, além das ausências e eufemismos empregados nos registros de diagnóstico, prognóstico e cuidado ofertado ao enfermo terminal; e, por fim, os anseios de boa morte para o próprio profissional e seus familiares, com desejos de falecer em casa, junto com a família, como forma de aceitação da sua finitude. Concluiu-se, neste estudo, que existem necessidades de aperfeiçoamento no que tange a múltiplos aspectos referentes à morte: sua abordagem, na graduação e residência; comunicação adequada entre os profissionais durante os processos decisórios e durante o trabalho na UTI; a ponderação entre os desejos da família e as reais possibilidades de sobrevivência do doente. É importante se colocar no lugar do doente e considerar que, em uma hipotética terminalidade de vida, tudo o que o profissional dispensa ao paciente dentro de uma UTI é tão somente aquilo que não desejaria, como morte digna, para si ou familiares.

ASSUNTO(S)

death morte medical futility profissionais de saúde enfermagem health professionals futilidade médica

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