Sintomas osteomusculares, desempenho no trabalho e incapacidade em trabalhadores da enfermagem / Musculoskeletal symptoms, work role and disability in nursing workers

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

08/07/2011

RESUMO

Os distúrbios osteomusculares são a principal causa de incapacidade e perda de produtividade no trabalho, merecendo destaque no cenário de adoecimento das mais diversas profissões. A literatura destaca os trabalhadores da enfermagem como grupo de risco para o desenvolvimento de sintomas osteomusculares. As afecções osteomusculares podem resultar em dor persistente e incapacidade para o trabalho. Dessa forma, os objetivos desse estudo foram investigar a ocorrência de sintomas osteomusculares em trabalhadores da enfermagem e sua associação com desempenho no trabalho e verificar, entre os indivíduos sintomáticos, a relação entre intensidade da dor e incapacidade. Participaram do estudo 301 sujeitos, com média de idade de 36 anos (DP±9,8), de ambos os sexos e de todos os turnos de trabalho, que compunham o quadro de técnicos e auxiliares de enfermagem de uma Instituição de Saúde, localizada no interior do estado de São Paulo. Inicialmente, os trabalhadores responderam uma ficha de caracterização sociodemográfica, ao Questionário Nórdico e ao Questionário de Avaliação do Desempenho no Trabalho. Aqueles que relataram sintomas ostemusculares em qualquer região corporal, nos últimos seis meses, responderam à Escala Numérica de Dor e ao Questionário de avaliação da incapacidade causada pela dor. Os dados foram submetidos à análise descritiva, de comparação e de correlação. Para comparar o desempenho no trabalho de indivíduos com e sem sintomas osteomusculares foi utilizado o Teste de Mann-Whitney e para correlacionar intensidade da dor e incapacidade, o Coeficiente de Correlação de Spearman. Verificou-se que dos 301 trabalhadores da enfermagem, 80,7% apresentaram sintomas osteomusculares em pelo menos uma região do corpo. Nos últimos seis meses houve maior ocorrência de dor ou desconforto nas regiões lombar (48,5%), torácica (47,5%), ombros (37,2%) e, nos últimos sete dias, a queixa mais freqüente foi dor lombar (27,3%). Quanto ao desempenho no trabalho de indivíduos sintomáticos, a pontuação média obtida foi menor para as demanda física, de plano de trabalho e de produção do que para as demandas social e mental. Quando os escores de sujeitos com sintomas osteomusculares foram comparados com os de assintomáticos, uma diferença significativa entre os dois grupos foi obtida para cada demanda do instrumento de Desempenho no Trabalho (p<0,05), exceto para a demanda social. Ao avaliar a intensidade da dor em indivíduos sintomáticos, verificou-se pontuação média de 4,5, considerada de média intensidade. Foram encontradas correlações significativas moderadas entre os escores de intensidade da dor e os domínios do Questionário de avaliação da incapacidade causada pela dor - Condição Funcional e Psicossocial (r=0,47) e escore total (r=0,50). Os resultados sugerem que os sintomas osteomusculares já estão interferindo na vida laboral desses trabalhadores

ASSUNTO(S)

cumulative trauma disorders work capacity evaluation pain measurement disability occupational health transtornos traumaticos cumulativos avaliação da capacidade de trabalho dor - medição incapacidade saúde do trabalhador

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