Síntese e relação estrutura-toxicidade de derivados aminoglicosídeos como potenciais protótipos na busca de um fármaco seguro para o tratamento da Doença de Ménière / Synthesis and structure-toxicity relationship of aminoglycosides derivatives as a lead in the search for a selective drug for the treatment of Méniere disease.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Os aminoglicosídeos são antibióticos utilizados para o tratamento de muitas infecções bacterianas graves. A maioria é produzida por microorganismos (gêneros Streptomyces e Actinomyces), mas a semi-síntese resultam na descoberta de notáveis aminoglicosídeos. Apesar de seu mecanismo de ação seletivo, os aminoglicosídeos são extremamente tóxicos. A nefrotoxicidade e ototoxicidade são mais freqüentemente observadas. Sabe-se que a Doença de Ménière pode ser tratada através da destruição seletiva das células vestibulares, preservando-se as células cocleares (tecidos da orelha interna). Antibióticos aminoglicosídeos são usados para esta finalidade, mas podem paralelamente causar danos cocleares (surdez). O estudo de relação estrutura-toxicidade dos resíduos de fragmentação de antibióticos aminoglicosídeos pode originar produtos simplificados, com atividade vestibular seletiva, dissociada da atividade coclear, mais seguros para o tratamento da Doença de Ménière. Em trabalhos anteriores, os ensaios envolvendo 2-desoxi-estreptamina e estreptidina demonstraram que não são tóxicos ao tecido coclear, quando comparados com os compostos originais. Neamina, outro fragmento de neomicina, se mostrou mais tóxica ao vestíbulo que a própria neomicina, mas aprensentou também grande toxicidade coclear. A substituição da unidade diamino-glicosídica de neamina, contendo o grupo 2-desoxi-estreptamina, por outras unidades glicosídicas (glicose, galactose, glicosamina) representa uma tentativa de eliminar a atividade cocleotóxica e manter a atividade vestibulotóxica original (100%). A mesma idéia pode ser também aplicada ao resíduo de estreptidina. Desta forma, foram sintetizados, dois pseudos-dissacarídeos, 2-desoxi-estreptamina ligado a galactose (48) e 2-desoxi-estreptamina ligado a glicose (49), ambas as ligações em posição referente ao carbono glicosídico anomérico. Apenas o pseudo-dissacarídeo 2-desoxi-estreptamina ligado a galactose (48) foi obtido com massa suficiente para analise ototóxica, o qual apresentou atividade vestibular seletiva como desejado, no tratamento da doença de Ménière. Ensaios de atividade antimicrobiana foram realizados empregando ambos pseudos-dissacarídeos sintetizados, 2-desoxi-estreptamina ligada a galactose (48) e 2-desoxi-estreptamina ligada a glicose (49), porém não apresentaram uma concentração inibitória mínima (MIC) significativa para as cepas testadas.

ASSUNTO(S)

aminoglicosídeos atividade coclear atividade vestibular pseudo-disaccharides aminoglycosides cochlear activity vestibular activity doença de méniere. pseudo-dissacarídeos menieres disease

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