Sexo degradante e destruidor: uma análise sobre as interdições sexuais presentes nos livros evangélicos
AUTOR(ES)
Rosas, Nina; Araújo, Bernardo Guimarães Praxedes de; Reis Neto, Milton Mendes; Pinto, Luiz Eduardo de Souza
FONTE
Relig. soc.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2021-01
RESUMO
Resumo: O presente trabalho investiga os discursos elaborados por evangélicos sobre as práticas sexuais proibidas. Pensando na tradição que o material editorado tem para esse grupo, analisamos quinze livros religiosos que relacionam sexo a: abuso, transgressão, perigo, risco e violência (segundo a literatura socioantropológica, essas categorias se opõem à ideia, compartilhada pela maioria da sociedade, de um prazer legítimo). Os 892 trechos retirados das obras foram analisados com o apoio do software ATLAS.ti. Concluímos que a ênfase recai sobre a conjugalidade heterossexual e monogâmica, constituinte da família cristã, e que, ao se discorrer sobre ela, problematiza-se, direta e indiretamente, a questão da violência, que por vezes é minorada por segmentos “progressistas”. Apesar disso, de maneira geral, as práticas “ilegítimas” são interpretadas como interligadas, indo da masturbação à necrofilia, e representando um processo paulatino de degradação e corrosão do indivíduo, que denominamos de caráter processual do vício. Encontra-se, por sua vez, a mesma noção de processo no que tange ao caminho de cura oferecido pela religião.
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