Seromiotomia anterior e posterior da pequena curvatura versus vagotomia gastrica proximal; estudo comparativo da secreçõa acida basal e estimulada em cães

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1999

RESUMO

Tem sido atribuída à vagotomia gástrica proximal (VGP), incidência variavelmente elevada de recidiva ulcerosa, necrose da pequena curvatura e alteração da fisiologia da transição esofagogástrica. A seromiotomia anterior da pequena curvatura gástrica com vagotomia troncular posterior (SMA+VTP), foi proposta há mais de uma década como alternativa à VGP para o tratamento da úlcera duodenal. Posteriormente, assim como na VGP, também foram atribuídas a essa cirurgia alterações na fisiologia da transição esofagogástrica. Com o objetivo de não alterar essa fisiologia e, talvez, de reduzir mais a produção gástrica de ácido, propôs-se, nesta pesquisa, a seromiotomia anterior e ppsterior da pequena curvatura gástrica (SMAP), a análise e a comparação com a VGP da secreção ácida basal e estimulada. Foram utilizados 14 cães mestiços, 9 fêmeas e 5 machos, com peso médio de 9,74 Kg (SD +/- 2,20), divididos em dois grupos, A e B, com sete animais em cada. Inicialmente, confeccionou-se uma esofagostomia cervical com cateter gástrico de demora em todos os animais, para coleta de amostras. Uma semana após, realizaram-se as avaliações pré-operatórias da secreção ácida basal e estimulada com insulina (0,25 u/Kg). O grupo A foi submetido à VGP e o grupo B à SMAP. A partir da terceira semana de pós-operatório, repetiram-se os mesmos estudos do pré-operatório. Foram utilizados os seguintes testes: teste de Wilcoxon, na comparação do pré com o pós operatório de cada grupo entre si, o teste de Mann-Whitney, na comparação do grupo A com o grupo B, a análise de variância por postos de Friedman, para comparar a secreção basal, a 1a e a 2a hora pós-estímulo de cada grupo entre si, no pré e no pós-operatório, com 95% de confiabilidade. No grupo A (VGP), a secreção ácida basal (8B) em mEq foi reduzida no pós-operatório em 59.06% (p<0,05) e a produção máxima de ácido pós estímulo (PMA) em 58,02% (p<0,05). No grupo B (8MAP), a acidez basal diminuiu em 82.83% (p<0,05) e a PMA em 78,36 (p<0,05). Na comparação dos grupos A versus B, a redução da acidez, tanto da secreção basal quanto da PMA, foi maior no grupo B, sendo estatisticamente significante (p<0,05). No pós-operatório do grupo A, a secreção, na 1" hora pós-estímulo, reduziu em média 54.09% e na 2a hora reduziu em 59.78%, ambas significativas (p<0,05). A média de redução dos três períodos comparados entre si (8B, 1 a hora e 2a hora pós-estímulo), não foi significativa. No pós-operatório do grupo B, a seqreção, na 1" hora pós-estímulo, reduziu em média 83.94% e na 2a hora reduziu em 82.85%, ambas significativas (p<0,05). A média de redução dos três períodos comparados entre si (8B, 1" hora e i hora pós-estímulo), nã0 foi significativa. Comparando-se o Grupo A versus grupo B, na redução de ácido no pós-operatório, esta foi maior na 1 a hora do grupo B (p<0,05). Na 2a hora não houve diferença significativa. Concluímos que a 8MAP foi, de maneira significante, mais efetiva na redução da secreção ácida basal e estimulada, demonstrando ser uma boa opção para o tratamento cirúrgico da úlcera duodenal.

ASSUNTO(S)

tratamento cirurgico duodeno - ulceras estomago - cirurgia

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