Seriam ninhos inativos de formigas cortadeiras sÃtios favorÃveis para o estabelecimento de plantas?

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

De modo geral, formigas (Hymenoptera, Formicidae) que nidificam no solo concentram nutrientes e aumentam a penetrabilidade do local onde constroem seu ninho, aumentando a riqueza e abundÃncia de plantas diretamente em cima do ninho. Por outro lado, como as formigas cortadeiras, Atta e Acromyrmex, sÃo os herbÃvoros mais conspÃcuos em florestas neotropicais, durante o tempo de vida de uma colÃnia (10 a 20 anos para Atta spp.), as plantas nÃo se beneficiam das qualidades do solo sobre o ninho. Entretanto, muitos trabalhos tÃm sugerido que os grandes ninhos das formigas cortadeiras, apÃs se tornarem inativos, poderiam vir a ser locais propÃcios para o estabelecimento de espÃcies de Ãrvores, ou pelo menos de um grupo delas. Neste trabalho, desenvolvido em um fragmento de floresta AtlÃntica no norte de Alagoas, verificamos se ninhos de formigas cortadeiras seriam sÃtios mais favorÃveis para a colonizaÃÃo de plantas que Ãreas do sub-bosque sem ninhos. Dezoito ninhos inativos de Atta cephalotes foram escolhidos e classificados em duas categorias de idade (inativos recentes, NIRs, e inativos antigos, NIAs) e em seu entorno foram demarcadas parcelas controles de mesma Ãrea. Todos os indivÃduos nÃo-adultos (plÃntulas, jovens e imaturos) de espÃcies lenhosas encontrados crescendo sobre os ninhos inativos e Ãreas controle foram contados e separados em trÃs categorias de tamanho. Durante um ano, as mudanÃas na densidade destes indivÃduos foram acompanhadas trimestralmente nas Ãreas dos ninhos inativos (NIRs e NIAs) e dos controles. A riqueza destes trÃs locais foi estimada para cada categoria de tamanho. TambÃm investigamos como seria o recrutamento de plÃntulas nestas Ãreas, testando se parÃmetros como irradiaÃÃo solar, resistÃncia à penetraÃÃo e nutriÃÃo do solo ajudariam a explicar os resultados encontrados. Sementes de seis espÃcies (Bowdichia virgilioides, Brosimum guianense, Chrysophyllum viride, Eschweilera ovata, Simarouba amara e Virola gardneri) foram plantadas e seu desenvolvimento acompanhado a cada mÃs. NIRs apresentaram uma baixa densidade de plÃntulas, e NIAs, mesmo estando inativos hà 15 anos, nÃo haviam recuperado a densidade de imaturos; sugerindo que a sucessÃo em ninhos inativos nÃo à tÃo eficiente quanto imaginado. Dos parÃmetros abiÃticos, apenas a resistÃncia à penetraÃÃo foi diferente entre as Ãreas, sendo maior nos ninhos inativos. O crescimento de indivÃduos de V. gardneri foi 30% menor em NIRs do que em Ãreas controle. Quanto Ãs outras espÃcies, ainda nÃo foram detectadas diferenÃas significativas, porÃm esperamos detectÃ-las com uma maior duraÃÃo do acompanhamento. A maior resistÃncia juntamente com a menor quantidade de folhiÃo em ninhos recentes, sugerem que estes locais apresentem obstÃculos ao estabelecimento de espÃcies. Com base nestes resultados, a idÃia geral de que ninhos inativos de Atta spp. seriam propÃcios para o estabelecimento de plantas em florestas tropicais Ãmidas nÃo foi corroborada

ASSUNTO(S)

floresta atlÃntica germinaÃÃo atlantic forest atta cephalotes atta cephalotes abandoned nests ninhos inativos recrutamento plant recruitment anatomia vegetal germination

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