Sepse neonatal em unidade de terapia intensiva: características clínico epidemiológicas, etiologia e fatores de risco / Neonatal sepsis in an intensive neonatal care unit: clinic epidemiological characteristics and risk factors

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1999

RESUMO

A sepse neonatal é atualmente a infecção mais freqüente e importante causa de óbito de RN internados nas UTIN de países desenvolvidos. Para conhecer a dimensão desse problema em um Hospital Universitário de atendimento terciário localizado no Nordeste do Brasil, foi realizado um estudo de coorte retrospectivo de todos as crianças que nasceram e foram admitidas na UTIN no período de outubro de 1997 a abril de 1998. Uma coorte de 422 pares de recém-nascidos e suas respectivas mães foi formada; os RN foram seguidos do nascimento à alta ou óbito na UTIN ou até a idade de 28 dias enquanto internados na UTIN. Ao todo, cerca de 34 variáveis maternas, do neonato e procedimentos hospitalares foram pesquisadas em cada membro da coorte. Os testes estatísticos utilizados foram: Teste do Qui-quadrado e o Teste exato de FISCHER, cálculo do risco relativo com os respectivos intervalos de confiança. Em seguida procedeu-se a análise multivariada com transformação para logística dos fatores mais significativos (p<0,05). Ao final, cinco fatores foram selecionados como preditores independentes da sepse neonatal: cateterização venosa central (OR=8,7, IC95%=2,3 a 32,6), faixa ponderal 1000 a 1499g (OR=4,8, IC95%=2,3 a 9,9), transfusão de hemoderivados (OR=3,6, IC95%=1,8 a 7,4), gravidez única (OR=2,3, IC95%=1,0 a 5,4) e faixa ponderal 1500 a 2499g (OR=2,3, IC95%=1,3 a 4,0). A incidência de sepse na coorte foi de 40,4 para cada 100 RN admitidos (167/413). As bactérias mais prevalentes dos casos confirmados foram os bacilos gram-negativos; 67% dos episódios surgiram nos seis primeiros dias de vida. A internação dos RN com sepse foi 4,3 vezes superior a internação dos RN não acometidos. A mortalidade global na UTIN foi de 25,59 para cada 100 RN admitidos, enquanto a letalidade pelo desfecho foi de 41,31%, com risco relativo de morte por sepse de 2,8. Este estudo poderá ser útil para futuras estratégias com vistas a diminuir a morbimortalidade por sepse neonatal.

ASSUNTO(S)

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