Ritornelos, takes e tralalás

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Sejamos justos com a coisa - nem mais, nem menos. Há de se ter uma precaução contra um certo “ímpeto pelo informe” que anda circulando por aí: É bem verdade que já estamos para lá de cansados dos refrões pomposos, dos giros que se anunciam grandiosos, e que, ao final das contas, não passam de meras palavras de ordem. Sejamos justos com a coisa: dos giros, os pequenos, por favor! Ficamos, então, com a cantiga simples e grosseira, com um quase assobio, um gesto, um take, uma cor, com a monotonia de nossos tralalás. Apenas o punhadinho de terra necessário. Nós, os amantes da pequena turma de acordes, cansamos mesmo de procurar pelas grandes improvisações. O atletismo é outro. Mas é o próprio escritor nômade dos Trópicos que nos adverte: só é preciso ter um pouco de paciência, e aguardar, que a vida virá ao seu encontro nos locais mais incríveis e obscuros. É isso aí, velho Miller. Não mais carregar os valores, como burros de carga; nem mais lutar contra os mesmos, como leões que se digladiam até o último fado. Nossa terceira-idade é outra, e, antes que nos venham com dardos, já lhes adiantamos, (em A-L-T-O-e-bom-som), que estamos, desde sempre, de férias! À geriatria das formas, que se ofereça uma boa dose nietzschiana de terceira-idade. O brandy que arde na garganta, convida-nos para o penúltimo gole: aos trópicos e cronópios! Aos que engordam por jejum e aos comedores de ópio! Aos pianos silenciosos e aos que cantam para ouvidos surdos! Aos pintores de cavalete e às manchas de tinta na tela! Aos tremidos inerentes aos traços e às coisas rudes e mal-acabadas. Nem mais, nem menos. E se a grande manobra já está na pequena, que façamos disso tudo uma escrita aos, nem tão nossos, ritornelos (i)limitados.

ASSUNTO(S)

música : ensino filosofia da diferença escrita literatura

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