Risco de parto prematuro e qualidade de vida durante a gestação / Risk of preterm birth and quality of life during pregnancy

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/10/2010

RESUMO

Introdução: A prematuridade é definida como o nascimento que ocorre antes da 37º semana de gestação, sendo responsável por 75% da morbidade e mortalidade no período neonatal. Situações de risco para o desfecho da gestação influenciam de modo negativo a percepção de uma mulher sobre a qualidade de vida. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida durante a gestação associada ao risco para parto prematuro. Método: revisão de literatura, seguida de estudo de corte transversal e comparativo, com três grupos de 54 gestantes (Grupo 1: sem risco atual para parto prematuro; Grupo 2: com fatores de risco para parto prematuro; Grupo 3: com trabalho de parto prematuro), totalizando 162 mulheres, realizado entre abril de 2008 a agosto de 2009 em maternidade de alto risco e unidade básica de saúde da cidade de Campinas (SP). Após assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foram verificadas informações sociodemográficas e obstétricas das mulheres e para avaliação da qualidade de vida foi aplicado o instrumento MOS-SF 36. Os dados foram analisados utilizando frequências, média e desvio-padrão. A homogeneidade entre os grupos foi avaliada pelos testes qui-quadrado de Pearson e exato de Fisher, para as variáveis categóricas e Kruskall-Wallis, seguido de Mann-Whitney para as variáveis contínuas. Ajustou-se um modelo de análise de variância (Anova) para comparar os domínios do SF-36 entre os grupos, contendo as variáveis: idade, renda familiar, número de gestações e número de abortos, seguido pelo teste de Bonferroni. O nível de significância adotado foi 5% e o software SAS, versão 9.1.3, foi utilizado na análise estatística. Resultados: há poucos estudos abordando a qualidade de vida durante a gestação. No estudo de corte os grupos apresentaram diferenças significativas em relação à idade e renda familiar (1X2 e 2X3); entre as gestantes dos Grupos 2 e 3, o principal antecedente obstétrico foi o trabalho de parto prematuro e a prematuridade foi a principal causa de filhos mortos; no Grupo 2 a insuficiência istmo-cervical foi a condição mórbida mais frequentemente encontrada. As características obstétricas que apresentaram diferença significativa entre os grupos (1X2 e 2x3) foram idade gestacional, número de gestações e aborto. Nos aspectos da Qualidade de Vida, verificamos, no total das gestantes analisadas, que o Estado Geral de Saúde foi o domínio de maior escore (71,9 pontos) enquanto que o item Aspectos Físicos foi o de menor escore (30,1). Na comparação entre grupos houve diminuição progressiva dos valores dos escores dos domínios do SF - 36, do Grupo 1 em relação ao 2 e deste em relação ao 3, com exceção da Capacidade Funcional, que foi menor no Grupo 2. Diferenças estatisticamente significativas foram observadas entre os Grupos 1 e 2 nos domínios Capacidade Funcional, Dor e Aspectos Sociais e entre os Grupos 1 e 3 nos domínios Capacidade Funcional, Aspectos Físicos, Dor, Aspectos Sociais, Aspectos Emocionais e Saúde Mental. Entre os Grupos 2 e 3 não houve diferenças entre os domínios. Conclusão: Gestantes de baixo risco (Grupo 1) apresentam melhor qualidade de vida quando comparadas com as de risco de parto prematuro (Grupos 2 e 3); a qualidade de vida entre as gestantes em trabalho de parto prematuro não foi diferente daquelas com fatores de risco de parto prematuro

ASSUNTO(S)

qualidade de vida trabalho de parto prematuro gravidez saúde da mulher quality of life pregnancy women s health preterm labor

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