Ri melhor quem ri por último? : o riso modernista e a tradição literária brasileira

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A tradição do humor e do riso viaja no tempo e no espaço do agora e sempre, num jogo nítido de releituras e revisões de suas formas e expressões, cuja historicidade aponta para a sua apreciação literária e para a sua marginalidade estética. Esses percursos marginais são o foco de estudo para a definição de uma cultura do humor e do riso na literatura brasileira. Consideramos que o humor e o riso na poesia estabelecem relações com as mais variadas tradições literárias. Aqui, a tradição do humor e do riso pode configurar, no ato da criação literária, um duplo movimento: o primeiro, deve expressar a postura antinormativa, na qual a intervenção / participação do poeta na sociedade se faça através de procedimentos próprios do cômico, do riso, do humor, da paródia, da ironia; o segundo movimento se caracteriza pela reapropriação do cotidiano ou do passado, visando à crítica de valores, através do distanciamento ou da extrema aderência. A constatação implica o questionamento do lugar literário de onde emana o riso brasileiro, o lugar que essas obras e autores ocupam dentro dessa tradição, o lugar em que a crítica coloca tais autores e obras, e, por último, o que constitui esse lugar. As problematizações desdobram-se no presente estudo analítico sobre o riso modernista, considerando as obras Pau-Brasil, de Oswald de ANDRADE e História do Brasil, de Murilo MENDES, uma vez que o riso modernista pode não ecoar da mesma forma, nem do mesmo lugar, o que alteraria os resultados para a constituição de uma poética do riso. Para além da poética do riso, convém perguntar sobre as implicações resultantes da escolha e da opção dos poetas em trilhar as vertentes literárias de expressão do riso, ideologicamente marcadas por uma concepção de escrita que vincula poesia e ética.

ASSUNTO(S)

literatura brasileira andrade, oswald de, 1890-1954 mendes, murilo, 1901-1975 sátira modernismo poesia

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