Revisitando o movimento estudantil de 1968: a trajetória dos estudantes do interior paulista

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

20/12/2010

RESUMO

O ano de 2008 esteve repleto de comemorações, sobre o mítico ano de 1968. Universidades, periódicos e redes de televisão dedicaram atenção aos quarenta anos do maior ciclo de manifestações políticas estudantis da história brasileira. Além de relembrar a insurreição estudantil, é preciso pensar o que restou desse movimento para a política contemporânea, como esses atores observam e reinterpretam suas atitudes passadas. É notório que o ideário da antiga esquerda estudantil já não é o mesmo. Muitos dos ex-militantes, que alcançaram o poder político, não têm suas praticas correspondentes às manifestações de quarenta anos atrás. Uma das hipóteses que orienta essa dissertação é a de que o tempo altera as estruturas e o tecido social e as maneiras de atuação política dependem de um cenário constantemente reelaborado pela história. Sendo as duas principais bandeiras estudantis de 1968 a garantia de excelência da universidade pública e o repúdio ao regime militar, é interessante observar como estes mesmos atores agem agora que são integrantes da elite política. Utilizando como metodologia de trabalho as ferramentas da História Oral e das Trajetórias de Vida, esta pesquisa aborda as lutas estudantis do período, por meio dos relatos orais de alguns dos líderes estudantis de 1968. Ao longo do processo de redemocratização, as estruturas dominantes conseguiram absorver parte importante das propostas dos novos grupos de movimentos sociais que surgiram a partir da década de 1970, como os movimentos de mulheres, homossexuais e minorias étnicas, e também das propostas relacionadas à revolução de comportamento e cultura dos anos 1960. Neste cenário, os ex-militantes da esquerda estudantil precisaram readequar seus objetivos, plataformas e agendas à medida que ingressavam na política, através dos novos partidos que se formavam no final da década de 1970. A singularidade humana é também uma maneira de revelar como as pessoas universalizam, através de suas vidas e de suas ações, a época histórica em que vivem, revelando assim caminhos ainda ocultos de um movimento que foi também formador do cenário político brasileiro contemporâneo.

ASSUNTO(S)

ciência política ditadura militar movimentos sociais participação política movimento estudantil regime militar ciencia politica student movement social movements military regime

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