RESPOSTAS DE HERBÁCEAS AQUÁTICAS AMAZÔNICAS AO PETRÓLEO CRU DE URUCU (COARI-AM)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Regiões com atividades petrolíferas, como a planície de inundação (várzea) dos rios Urucu e Amazonas, estão constantemente sob o risco de acidentes. Entretanto, os estudos sobre a toxicidade de petróleo em plantas aquáticas focam principalmente espécies marinhas e salobras. Estudos sobre o efeito da contaminação de águas continentais são escassos e, em se tratando de plantas amazônicas, são mais raros ainda. As várzeas possuem uma grande diversidade de macrófitas aquáticas que são responsáveis pela maior parte de sua produtividade primária e servem de hábitat para diversas espécies de animais. A contaminação destas plantas por petróleo poderia desencadear uma série de efeitos diretos e indiretos em todo o ecossistema. A recuperação de áreas impactadas por poluentes exige a escolha de métodos que não agridam as espécies vegetais predominantes. Métodos químicos e físicos, muitas vezes, podem ser mais prejudiciais que o próprio poluente, por isso a fitorremediação é uma alternativa promissora para recuperação destes ambientes. Para que seja possível a utilização da fitorremediação na várzea amazônica é necessário que se determine a toxicidade do petróleo, especialmente nas fases críticas como a germinação e o rebrotamento de espécies de plantas nativas abundantes. No presente estudo foi avaliado, em casa de vegetação, o efeito do petróleo cru de Urucu sobre o rebrotamento e desenvolvimento de Echinochloa polystachya e Eichhornia crassipes com a finalidade de contribuir para as estimativas de danos no caso de contaminação da várzea por petróleo, e como uma tentativa de encontrar espécies com potencial para atuar na fitorremediação do ambiente aquático e terrestre contaminado. Para que os objetivos fossem alcançados foram delineados quatro experimentos, adicionando diferentes dosagens de petróleo sobre o substrato de cada uma das espécies. As duas espécies mostraram alta sensibilidade ao petróleo, porém, E. polystachya foi particularmente afetada apresentando mortalidade mesmo em tratamentos com baixíssimas dosagens como 1,5 mL petróleo 2L-1 solo. Se estes resultados se confirmarem em campo o prejuízo de um derramamento de petróleo será catastrófico, pois esta espécie é considerada fundamental para a ciclagem de carbono e nutrientes da várzea. Experimentos utilizando o plantio direto de E. polystachya em solo contaminado mostraram que esta planta tem potencial para ser utilizada para fitorremediação de solos com até 0,66 mL de petróleo m-2 solo. Estes resultados permitirão o desenvolvimento de métodos em campo para remediação com baixo custo, pois o plantio é feito por meio do colmo de plantas adultas, não havendo a necessidade de produção e estoque de mudas.

ASSUNTO(S)

eichhornia crassipes ecologia ecologia macrófitas aquáticas petróleo Áreas alagáveis

Documentos Relacionados