Repercussões do tratamento medicamentoso para o paciente com hepatite C crônica

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

14/12/2012

RESUMO

A hepatite C é uma das principais causas de doença hepática crônica mundial. Atualmente, estimase uma prevalência global entre 2% a 3% de infectados, correspondendo entre 123 milhões a 170 milhões de pessoas. Deve-se considerar a associação da infecção com a evolução para a cirrose e o carcinoma hepatocelular. O tratamento medicamentoso, assim como o acompanhamento clínico e o prognóstico incerto da doença, geram adversidades que desestabilizam a rotina diária dos pacientes comprometendo a sua qualidade de vida. Somente com o primeiro tratamento é que a pessoa pode se sentir doente de fato. Faz-se relevante compreender a repercussão deste fenômeno para os doentes. Objetivo: Apreender a percepção, significados, sentimentos e repercussões na vivência do paciente em tratamento para hepatite C crônica. Método: A pesquisa tem como proposta metodológica uma abordagem qualitativa. Foram entrevistados 12 pacientes em tratamento para hepatite C crônica do ambulatório de hepatites virais da cidade de São Carlos SP. O fechamento da amostra se deu por saturação teórica e para a análise das entrevistas foi utilizada análise de conteúdo, na modalidade análise da enunciação, onde se buscou apreender os significados das expressões e sentimentos, contidos nas falas dos pacientes. Resultados: Sobre os entrevistados, há o predomínio do sexo feminino, sendo nove mulheres e três homens, todos residentes na cidade de São Carlos. A média das idades é de 49 anos, variando de 35 a 65 anos. Sobre o estado civil, a maioria (9) é casada. Em relação à escolaridade, a maioria (8) tem entre oito e 12 anos de estudo. Quanto à ocupação, dois são aposentados, dois encontram-se afastado, em decorrência dos eventos adversos do tratamento. Os dados gerados nas questões semidirigidas foram organizados em seis categorias que englobam fatores mencionados pelos pacientes, como também, observações e inferências das autoras. Sendo estas: sobre a medicação, eventos adversos e administração da medicação; reações às perdas, medos e angústia; estigma e preconceito; a sexualidade vivenciada; enfrentamento à nova realidade. A discussão dos resultados está embasada em dois temas sendo: O adoecer com o tratamento: os aspectos percebidos e Passando pelo tratamento: os meios de enfrentá-lo. Conclusão: A qualidade de vida e rotina dos pacientes é comprometida, particularmente pelos eventos adversos dos medicamentos, por distintos sentimentos e pelas incertezas sobre o prognóstico da doença. No entanto, os pacientes encontram meios para enfrentar o tratamento e concluí-lo esperando um desfecho satisfatório. Sugere-se que os profissionais de saúde reconheçam esse comprometimento e agreguem em sua prática profissional intervenções que contribuam para o esclarecimento e apoio para estes pacientes.

ASSUNTO(S)

fígado - doenças - tratamento enfermagem hepatite enfermagem

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