Remoção de corante disperso não fixado de fibras de poliéster através de uso de enzimas oxidoredutases para redução de águas de lavação

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/03/2010

RESUMO

A indústria têxtil é considerada altamente poluidora devido ao alto consumo de água e ao lançamento de diversos produtos químicos e corantes nos corpos dágua. Nem todo corante aplicado no tingimento é fixado à fibra necessitando de lavações posteriores para sua remoção. Enzimas oxidoredutases têm sido intensamente estudadas para a descoloração de corantes têxteis. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial de oxidoredutases para a remoção de corante disperso não fixado após tingimento de fibras de poliéster (PES) visando substituir a lavagem redutiva e a redução do volume de água gasto nas lavações. Utilizaram-se as enzimas lacase do fungo Pleorotus sajor-cajú, peroxidase da raiz forte (HRP), e uma peroxidase microbiana (PM). Foi estudada a descoloração de soluções aquosas dos corantes CI Disperse Red 343, CI Disperse Red 167 e CI Disperse Blue 148 variando a concentração de corante, pH, temperatura, utilização dos mediadores HBT e siringaldazina e a concentração da enzima. Para estudar a remoção de corante disperso não fixado, um tecido de PES foi tinto com os corantes em estudo nas concentrações de 1, 2 e 3% s.p.m. e a 80, 110 e 130C, e submetido a lavações enzimáticas nas condições ótimas encontradas para cada enzima. Para fins de comparação foram realizadas lavagens redutivas (com Na2S2O4 e NaOH) seguidas de um a três enxágues. Após as lavações mediuse a absorbância dos banhos de lavação, ΔE, K/S e a solidez à fricção e à lavação dos tecidos. Os dados obtidos foram submetidos ao tratamento estatístico pela análise de variância ANOVA utilizando o software STATISTIC para verificar se houve ou não diferenças significativas. As condições ótimas para a atuação das enzimas lacase, HRP e PM na descoloração do corante Disperse Red 343 foram: 15mgL-1 de corante, 50C, pH 3,0 para a lacase e pH 5,0 para as peroxidases. A descoloração com a lacase estudada não apresentou um incremento significativo com a utilização dos mediadores HBT e siringaldazina, enquanto que para a as peroxidases a utilização dos mediadores aumento a descoloração de 19,8% (sem mediador) para 50,4 (HBT) e 43,8% (siringaldazina), para a HRP e de 20,1% (sem mediador) para 55,4% (HBT) e 45,7% (siringaldazina) para a PM. A concentração ótima de enzima foi de 5UmL-1 para a lacase, 89.65 e 29,85UmL-1 de HRP sem e com HBT, respectivamente, e 29,85UmL-1 para a PM com e sem HBT. A descoloração do corante Disperse Red 167 com lacase, HRP e PM sem mediador foi de 10,85; 10,87 e 6,6%, respectivamente. A descoloração com HBT foi de 15,4 % com a HRP e 14,52%, com a PM. O corante Disperse Blue apresentou taxas de descoloração de 24,8; 23,4 e 20,2% com as enzimas HRP, lacase e PM, respectivamente. Nos ensaios de lavação do tecido tinto obtiveram-se os melhores resultados, na maior parte dos ensaios, com a enzima lacase que apresentou em média os mesmos valores de solidez de uma lavação redutiva com um ou dois enxágües. O corante que apresentou melhores resultados foi o Disperse Blue 148 na concentração de 1% e temperatura de tingimento de 130C. Estes resultados são muito promissores e indicam que as enzimas oxidoredutases, em especial a lacase, são um forte aliado na busca de novas técnicas de lavação de fibras de poliéster para remoção de corante disperso não fixado

ASSUNTO(S)

enzimas oxidoredutases lacase peroxidase e descoloração de corantes texteis Águas residuais - tratamento; indústria têxtil - poluição; tingimento - fibras sintéticas oxidoreductase enzyme laccase peroxidases dye decolorization

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