Relações interorganizacionais e eficiência coletiva: um estudo de caso no arranjo produtivo local de confecções do agreste pernambucano

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Este trabalho consiste em um estudo no Arranjo Produtivo Local de confecções do Agreste de Pernambuco, por ser um setor relevante no aspecto econômico e social. O estudo tem como objetivo central compreender como as relações interorganizacionais influenciam na eficiência coletiva do arranjo. O referencial teórico utilizado contempla as abordagens que tratam dos benefícios das aglomerações empresariais para o desenvolvimento das firmas e de regiões. Em especial discute a abordagem das pequenas e médias empresas e distritos industriais (SCHMITZ, 1997), que introduz o conceito de eficiência coletiva, explicando que somente as externalidades explicadas por Marshall (1996) não são suficientes para elucidar a vantagem competitiva das empresas, ampliando a concepção de que as organizações não alcançam vantagem competitiva agindo isoladamente. Para analisar as influências das relações na eficiência coletiva tomou-se como perspectiva analítica a teoria de redes sociais (GRANOVETTER, 1973; 1985; BURT, 1992; UZZI, 1997) por entender que tal abordagem proporciona subsídios para uma análise estrutural das relações sociais frente aos comportamentos da ação humana. Ao analisar as organizações numa rede social, deve-se compreender o porquê do estabelecimento da relação, seus benefícios, e como ocorre o fluxo de informações e a densidade dos elos entre os atores (POWELL; SMITH-DOERR, 1994). Quanto aos métodos, este estudo se caracteriza como um estudo de caso, em consonância com os objetivos propostos utilizou-se como abordagem o método qualitativo, e em função do resgate dos marcos histórico do arranjo, utilizou-se uma abordagem seccional com perspectiva longitudinal (VIEIRA, 2004). Os dados primários e secundários foram utilizados de forma a compreender o processo evolutivo do setor, bem como as relações inter-atores no arranjo para a promoção do desenvolvimento, para tanto, utilizou-se da técnica de análise de conteúdo e documental, respectivamente (DELLAGNELO; SILVA, 2005). A abordagem das redes sociais permitiu entender que as relações sociais podem ampliar a eficiência coletiva do arranjo, para tanto, precisa-se de mudanças nas políticas institucionais em promover a integração entre os atores econômicos, fato que, de certa forma, se mostra desafiador para o SEBRAE tanto do ponto de vista da governança entre os atores, como para a capacitação de recursos que pudessem ampliar as suas ações no APL. Pois, da maneira como as relações ocorrem, beneficiam diretamente apenas um grupo de empresas que estão ligadas de alguma forma as instituições de apoio. Portanto, pode-se concluir que as relações inter-atores têm limitado a eficiência coletiva do APL, por serem estimuladas pelas instituições de apoio apenas a grupos de empresários, mesmo que essas relações produzam externalidades para todas as empresas aglomeradas

ASSUNTO(S)

administracao collective efficiency social networks eficiência coletiva local productive arrangement arranjo produtivo local redes sociais

Documentos Relacionados