Relação entre comportamento na infância e a vulnerabilidade social na cidade de Belo Horizonte - MG / Relationship among behavior in the childhood and the social vulnerability in the city of Belo Horizonte MG

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

O campo de estudo dos primeiros anos da vida escolar da criança ainda é carente de novas investigações. Resultados de pesquisas têm demonstrado que o desenvolvimento de competências e a exposição a situações de adversidade apresentados nessa etapa do desenvolvimento predizem a qualidade do funcionamento social, do sucesso acadêmico e da saúde mental do indivíduo. Nesse contexto, este trabalho buscou verificar a relação entre o nível de vulnerabilidade social e comportamento na infância. Participaram do estudo pais e professores de 248 crianças com idades entre 6 e 11 anos, alunas do primeiro e segundo ciclo do Ensino Fundamental de escolas públicas municipais de Belo Horizonte. Essas escolas situavam-se, respectivamente, em dois bairros com as classes de vulnerabilidade investigadas (I e IV), a partir do Índice de Vulnerabilidade Social da cidade. Os instrumentos utilizados foram o Inventário dos Comportamentos de Crianças e Adolescentes (CBCL/6-18), respondido pelos pais, e o Inventário dos Comportamentos de Crianças e Adolescentes Relatório para os Professores (TRF/6-18). A análise dos dados incluiu comparações entre médias de escores T (Teste T de Student ou Mann Whitney U) para as duas amostras de vulnerabilidade nas escalas de competências (CBCL), funcionamento adaptativo (TRF) e problemas de comportamento (CBCL e TRF); nessas análises foram observadas diferenças entre os sexos e as faixas etárias (alunos mais jovens 6 a 8 anos; alunos mais velhos 9 a 11 anos); avaliou-se também o nível de concordância entre pais e professores quanto ao perfil comportamental das crianças para os mesmos grupamentos de escalas (Teste T Pareado e Teste de Correlação de Pearson). Os resultados indicaram baixos índices de competência no desempenho de atividades fora do ambiente escolar para as duas amostras de vulnerabilidade, com médias piores para o sexo masculino. Houve baixo nível de concordância entre pais e professoras, sempre com os cuidadores informando maior intensidade e freqüência nos problemas de comportamento. Entretanto, notou-se maior concordância entre os informantes para as amostras da região de menor vulnerabilidade, com as médias do relato parental da área mais vulnerável configurando muito próximo do perfil da amostra normativa americana encaminhada. Já o relato das professoras as crianças mantiveram perfil semelhante ao da amostra normativa americana não encaminhada, independente do nível de vulnerabilidade da vizinhança. Os dados permitiram concluir que, para as amostras investigadas, a falta de acesso social a condições básicas de sobrevivência mantém relação com o aumento da discordância entre pais e professores sobre o comportamento das crianças. Sugere-se que novos trabalhos verifiquem se o baixo índice de atividades encontrado para as amostras das duas regiões é uma característica específica de crianças belorizontinas, alunas de escolas públicas, ou se da cultura brasileira

ASSUNTO(S)

comportamento infância behavior vulnerability avaliação evaluation childhood vulnerabilidade

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