Relação entre alterações de memoria e grau e lateralidade de atrofia hipocampal em pacientes com epilepsia de lobo temporal mesial

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Déficits de memória são encontrados em vários graus em pacientes com epilepsia do lobo temporal mesial (ELTM)~em particular naqueles com atrofia hipocampal (AR) associada a outros sinais em imagem de ressonância magnética (RM) de esclerose temporal mesial (ETM). Além da etiolog~ outros fatores parecem estar relacionados com os déficits de memória destes paciente~ como idade de início das crises~duração da epilepsi~ freqüência das crises e uso de drogas antiepilépticas (DAEs). No entanto, o efeito isolado ou combinado destes fatores não está suficientemente claro na literatura. Com o objetivo de estudar a influência de cada uma destas variáveis nos déficits de memória em pacientes com EL~ nós avaliamos quatro grupos distintos de indivíduos: (1) indivíduos sem epilepsia (assintomáticos), mas com AR; (2) pacientes com epileps~ mas sem AR; (3) pacientes com epilepsia e AH; e (4) pacientes com epilepsia e AR associada a lesão cerebral destrutiva precoce (patologia dupla) na RM Quanto à etiolog~ a presença ou ausência de AH não interferiu nas funções de atenção e concentração~flexibilidade mental, executiva e memória visual. No entanto, a presença da AR implicou em déficits de memória e distúrbios de linguagem significativos (artigo 1), independentemente da presença ou :freqüênciade crises (artigo 2). A AH esquerda acarretou déficits de memória verbal e distúrbios de linguagem (artigos 1, 2, 3), enquanto a atrofia dos córtices perirrinal e entorrinal esquerdos acarretou apenas distúrbios de linguagem (artigo 3). Estes dados refletem a contribuição destas estruturas do lobo temporal mesial para o funcionamento da linguage~ como já relatada anteriormente na literatura. Em contraparti~ a AR direita e atrofia dos córtices perirrinal e entorrinal direitos implicaram em um melhor desempenho de memória verbal e linguagem (artigo 3), o que sugere um papel compensatório das funções latera1i7~dasà esquerda em pacientes com EL1M direito. Embora a AR direita isolada não tenha sido responsável por déficits de memória (artigos 1, 2, 3)~quando ela estava associada a AH esquerda (artigo 2) ou lesão cerebral destrutiva de todo o hemisfério direito (artigo 4) produziu déficits de memória visual. Estes achados parecem dar suporte à hipótese de uma representação cerebral mais difusa e bilateral para a memória visual. Além da presença de lesão cerebral, a idade precoce de início das crises, longa duração da epilepsia, alta fteqüência de crises e uso de DAEs em politerapia contribuiram de forma isolada para os déficits de memória. No entanto, a análise simultânea de todas essas variáveis revelou que os fatores que mais comprometeram a memória foram: a alta freqüência de crises (memórias geral e verbal e evocação tardia), uso de DAEs em politerapia (memórias geral e verbal) e longa duração da epilepsia (evocação tardia) (artigo 1). Embora a AH e a fteqüência de crise isoladamente tenham afetado o funcionamento da memória, nossos dados sugerem que crises freqüentes potencia1i7am o efeito da AH nos déficits de memória em pacientes com EL1M (artigo 2)

ASSUNTO(S)

cognição ressonancia magnetica neuropsicologia

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