Relação do estado nutricional com o diagnóstico de asma aos 4 anos de idade em uma coorte de nascimento de São Leopoldo - RS

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Objetivo: Verificar a associação entre o diagnóstico de asma e sibilância com o estado nutricional aos quatro anos de idade, na população geral e entre os dois grupos da população que sofreram intervenção ou acompanhamento nutricional no primeiro ano de vida. Métodos: Estudo de coorte, realizado com crianças de 3 a 4 anos, moradores da zona urbana da cidade de São Leopoldo - RS, Brasil, recrutadas ao nascimento no único hospital desta cidade, somente nos setores de atendimento do SUS entre outubro de 2001 e julho de 2002. Os pares mãe-filho foram randomizados em grupo intervenção e controle, sendo que o grupo intervenção foi submetido a um programa de orientações dietéticas, relativo as diretrizes elaboradas pela Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde denominadas: Dez Passos da Alimentação Saudável para crianças menores de dois anos. As crianças que completaram a primeira fase do estudo foram revisitadas a partir do mês de janeiro de 2006 em seus domicílios e seus pais ou familiares responderam um questionário aplicado por entrevistadores, com perguntas sobre asma, sibilância e fatores de risco pessoais, familiares e ambientais (baseado no questionário ISAAC - International Study of Asthma and Allergies in Childhood). Para as análises relativas ao estado nutricional, inicialmente foram obtidas as medidas antropométricas peso e altura e utilizados os indicadores peso/estatura e estatura/idade, avaliados em score Z do padrão americano Nacional Center Health Statistics (NCHS). Resultados: As crianças amostradas (n=341), com idade média de 4,3 anos, apresentaram prevalência de sibilância ativa (nos últimos 12 meses) de 21,1% e de 5,3% para asma alguma vez na vida. Não houve diferença estatisticamente significativa em relação ao peso para estatura (P/E) e estatura para a idade (E/I). Ao estratificar essas variáveis nos grupos de intervenção alimentar também não foram observadas alterações significativas aos 4,3 anos de idade. Houve uma significativa associação entre a variável baixa estatura (E/I) e sibilância nos últimos 12 meses. A associação entre asma ativa (p=0,004) e sibilância ativa (p=0,005) com a variável história materna de asma foi estatisticamente significativa. Conclusões: Podemos inferir que, o aporte nutricional destas crianças está sendo satisfatório entre os dois grupos da população que sofreram intervenção ou acompanhamento nutricional no primeiro ano de vida, de tal forma que a composição corporal das mesmas não foi afetada pela doença, pelo ambiente ou pela interação entre ambos. Embora não conclusivos, os achados deste trabalho sugerem que indivíduos que apresentam história de sibilância podem apresentar alterações significativas de crescimento, embora não possa se desconsiderar a possibilidade de que baixa estatura seja um fator de risco para sibilância

ASSUNTO(S)

pulmÕes - doenÇas obesidade medicina crianÇas sons respiratÓrios asma pediatria

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