Redução da expressão da ciclo-oxinase-2 em lesões precursoras do cancer do colo uterino em mulheres com vaginose bacteriana

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Introdução: a vaginose bacteriana (VB) representa uma condição clínica caracterizada pela substituição da flora vaginal normal por bactérias predominantemente anaeróbias ou facultativas. Paralelamente, estudos têm demonstrado que a expressão da ciclo-oxigenase-2 (COX-2), enzima marcadora de inflamação, encontra-se alterada em processos neoplásicos. Objetivo: avaliar a relação entre a expressão da COX-2 e a presença de VB em mulheres portadoras de lesões escamosas intra-epiteliais cervicais. Sujeitos e métodos: para este estudo de corte transversal, foram selecionadas 228 mulheres portadoras de anormalidades citológicas compatíveis com lesões induzidas pelo Papilomavirus humano (HPV), no período de Fevereiro de 2001 a Abril de 2004. A VB foi diagnosticada através da presença de pelo menos 20% de clue cells no esfregaço de Papanicolaou. A detecção do HPV de alto risco oncogênico, foi realizada através do exame de Captura Híbrida II (CH II), sendo estas amostras colhidas antes da realização da biópsia ou da conização. O diagnóstico histológico foi compatível com colo normal ou cervicite em 11 casos (5%), neoplasia intra-epitelial cervical (NIC) grau 1 (NIC 1) em 35 (15 %), NIC 2 em 31 (14%) e NIC 3 em 151 casos (66%). A expressão citoplasmática da COX-2 foi determinada por imuno-histoquímica e avaliada no espécime de tecido que apresentava a lesão mais grave. Resultados: a VB foi diagnosticada em 38 (17%) das 228 mulheres. O HPV de alto risco oncogênico foi detectado em 192 (84%) mulheres. O diagnóstico de VB foi significativamente maior em mulheres com infecção pelo HPV (p=0,05). A distribuição da VB foi similar entre os diferentes graus histológicos da NIC (p=0,42). A presença de VB foi significativamente menor em mulheres com expressão moderada ou forte da COX-2 (p=0,02; OR=0,4 IC 95% 0,2 a 0,9). Quando se relacionou a detecção do HPV com a expressão da COX-2, observou-se uma proporção significativamente maior de mulheres infectadas pelo HPV com expressão moderada ou forte da COX-2 (p=0.04). A expressão da COX-2 não esteve significativamente associada à gravidade da NIC (p=0.24). Conclusões: a VB esteve associada com a presença de infecção pelo HPV e com a menor expressão da COX-2. A expressão da COX-2 foi maior em mulheres infectadas pelo HPV, embora não tenha havido associação entre a expressão da COX-2 e a gravidade da NIC

ASSUNTO(S)

inflamação papilomavirus humano vaginite bacteriana

Documentos Relacionados