Reasons of tooth loss in economically actives adults / Razões das perdas dentarias em adultos em idade economicamente ativa, São Paulo, SP

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Os objetivos deste trabalho foram verificar as condições de saúde bucal de adultos de 20 a 64 anos (cap. 1), identificar os indicadores de risco associados às perdas dentárias (cap. 2), bem como avaliar o impacto da saúde bucal na qualidade de vida (cap. 3). Este estudo foi realizado nas 11 unidades de uma empresa do ramo atacadista, na Região metropolitana de São Paulo e Jundiaí. Foram examinados 386 adultos de 20 a 64 anos, a faixa etária foi dividida em classes, de 20 a 34 anos, de 35 a 44 anos, e de 45 a 64 anos. Os exames clínicos seguiram as recomendações da Organização Mundial da Saúde (1997) e um questionário foi aplicado para obtenção de dados demográficos, socioeconômicos, de autopercepção em saúde, e de utilização de serviços odontológicos, o impacto da saúde bucal na qualidade de vida foi avaliado através do OHIP 14 (Oral Health Impact Profile). Foi realizada uma análise descritiva das variáveis estudadas, o teste Kruskal Wallis para comparar o CPOD (índice que expressa a soma de dentes cariados, perdidos e obturados) entre os grupos etários, e teste do qui-quadrado para verificar as necessidades de tratamento entre os grupos. A perda dentária foi analisada em dois desfechos, a perda de algum dente, e a perda de quatro ou mais dentes, utilizando-se do modelo de Regressão de Poisson. O quartil de impacto mais severo do OHIP foi o desfecho do capítulo 03, que foi analisado pelo modelo de regressão de Poisson com as variáveis demográficas, socioeconômicas, clínicas e de utilização de serviços. O CPOD da amostra geral foi 14,56 (±8,31), variando de 10,79 (±6,95) a 22,10 (±7,32) nos grupos etários. Este aumento ocorreu pelo componente dentes perdidos. Quanto à condição periodontal observou-se que 78,8% apresentou sangramento, a perda de inserção foi observada em 46,4% da amostra. Necessidades de tratamento para a cárie foram encontradas em 53,5% dos adultos. A média de dentes perdidos foi 5,38, e variou de 1,30 nos mais jovens a 24,75 nos adultos de 60 a 64 anos. Encontrou-se maior prevalência de perda dentária de um ou mais dentes nos mais velhos, nos que apresentaram placa visível no momento do exame, e em quem foi ao dentista há menos de um ano. Os indicadores de risco da perda de quatro dentes ou mais foram: ser mais velho, apresentar placa visível e possuir renda familiar mais baixa. Observou-se neste estudo que as dimensões mais afetadas do OHIP foram dor física e desconforto psicológico. Ser mulher, possuir menor renda familiar, procurar o dentista motivado por dor, ter perdido 4 dentes ou mais e ter apresentado alguma necessidade de tratamento para a cárie foram fatores associados ao maior impacto na qualidade de vida. É necessária a implantação de programas de promoção de saúde bucal baseados na equidade, integralidade e universalidade, que visem ao empoderamento da população jovem e adulta, a fim de que sejam prevenidas novas perdas dentárias, melhorando a qualidade de vida de adultos trabalhadores e diminuindo os efeitos das desigualdades socioeconômicas.

ASSUNTO(S)

saude bucal epidemiology oral health epidemiologia

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