Reaction of accesses of Capsicum spp. to Colletotrichum sp., causal agent of anthracnose. / Reação de acessos de Capsicum spp. a Colletotrichum sp., agente causal da antracnose das Solanáceas.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A importância do cultivo de espécies do gênero Capsicum vem crescendo nos últimos anos no Brasil, e consequentemente, a ocorrência de doenças torna-se um problema relevante. A antracnose é a mais comum e destrutiva doença de Capsicum no Brasil e em vários países, podendo ocasionar perdas de até 100%. Seu controle usando resistência genética seria altamente desejável. O objetivo deste trabalho foi (i) caracterizar a reação à antracnose de 90 acessos de Capsicum annuum, 30 de C. baccatum, 16 de C. chinense e um de C. frutescens; (ii) estabelecer a correlação da reação à antracnose entre plântulas e frutos de Capsicum e; (iii) avaliar a reação à antracnose das progênies F3RC1 (C.annuum x C. chinense - resistente) x C. annuum e F2RC2 [(C. annuum x C. chinense) x C. annuum] x C. annuum. Para as inoculações, foram utilizados quatro isolados do fungo Colletotrichum sp. provenientes de pimentão e um isolado de pimenta, obtidos de folhas e frutos doentes. As suspensões de inóculo foram preparadas na concentração de 1 x 106 conídios/ml, separadamente para cada isolado. Após ajustada a concentração das suspensões, estas foram misturadas, a fim de reduzir efeitos de possível variabilidade patogênica dos isolados. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado com 20 repetições para plântulas e 15 repetições para frutos verdes destacados. Os ensaios foram conduzidos duas vezes. Nas inoculações das plântulas, foi adicionado 5% de caldo de cana à suspensão, como fonte exógena de energia ao patógeno. A inoculação nas plântulas foi realizada no estádio de primeira folha verdadeira completamente expandida, pela aspersão da suspensão de esporos até o ponto de escorrimento. As plântulas foram mantidas em câmara úmida por 24 horas antes e 72 horas após a inoculação. O ensaio foi instalado em sala climatizada com temperatura de 26 +/- 2°C e fotoperíodo de 12 horas. Foi avaliada a severidade de doença, usando uma escala de notas e também a incidência da doença, com base na percentagem de plântulas doentes. A inoculação nos frutos foi realizada pela deposição de uma gota de 20 µl da suspensão de esporos na parte mediana dos frutos. Posteriormente, com o auxílio de uma agulha entomológica, foi realizado um ferimento abaixo da gota. Os frutos inoculados foram mantidos em câmara úmida durante o período de avaliação. As avaliações foram realizadas pela mensuração do diâmetro médio das lesões, período latente, velocidade de crescimento da lesão e incidência. Baseando-se na avaliação dos frutos para classificação da reação, identificou-se apenas um acesso de C. annuum como resistente (n°233 – Jalapeno), um de C. baccatum (n°222 – BGH 4176) e dois de C. chinense (n°105 – Bode e n°141 – Pimenta n°2). Os demais acessos foram suscetíveis. Não houve correlação entre a reação de plântulas e frutos. As plântulas apresentaram menor quantidade de doença, em relação aos frutos. As progênies F3RC1 (3G, 4A, 4B, 4F, 4H, 5H, 6B, 6F, 8B, 8E, 8F, 9B, 9D, 9E, 9J, 10A, 13D, 13F, 14A, 14C, 16D, 16I, 17B, 19B) e as progênies F2RC2 (33F e 40G) não apresentaram lesões no estádio de frutos. Avançou-se geração nas progênies com reação de resistência em frutos, e suas populações F4RC1 e F3RC2 foram avaliadas no estádio de plântulas. Constatou-se variabilidade para a reação de antracnose nestas populações, com expressão de menor severidade e possibilidade de obter cultivares de pimentas e pimentões resistentes à antracnose.

ASSUNTO(S)

cruzamento vegetal pimenta antracnose pathogenic fungus anthracnose resistência genética vetegal solanaceae linhagem vegetal fungo fitopatogênico vegetal line genótipo pimentão vegetal crossing solanaceae vegetal genetic resistance hot pepper pepper genotype

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