Rastros da socialidades : conversações com João Gilberto Noll e Luiz Ruffato / The traces of socialities : conversations with João Gilberto Noll e Luiz Ruffato

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Diante das incertezas que perpassam as ciências sociais na contemporaneidade não há como não questionar as trilhas conceituais e metodológicas de nossa contemplação do mundo diante de um solo humano incerto e sem garantias, seja no mundo que ousamos ver como em nossas próprias lentes. Desse modo, o objetivo desta tese é compreender e interpretar os traços das socialidades em escrituras literárias, ou seja, acompanhar trajetórias de alteridades presentes nas relações que marcam a sociedade, a partir de textos literários. A hipótese apresentada é que os rastros da socialidades estão presentes nessas narrativas literárias contemporâneas. Diante de uma confluência de gêneros e formas literárias estão buscas por exprimir uma experiência social. Na faina incessante da literatura, está um dos caminhos para uma arqueologia dessa era de incertezas, como ao mesmo tempo é um suporte, ainda que efêmero diante de um mundo que ainda não aprendemos a olhar. A partir de uma visão arqueológica do saber, este trabalho põe em diálogo os saberes das ciências sociais e o da literatura visando compreender os movimentos da vida social ou as narrativas que exprimem os contornos dessas socialidades. Aproprio-me das abordagens sobre a arqueologia dos saberes, tão pertinentes a Michel Foucault, etnografia ficcional, as concepções de Michel Maffesoli sobre a socialidade contemporânea, e reflexões sobre narrativas e escrituras literárias para traçar as leituras sobre aspectos que marcam a vida social atual nos textos dos escritores brasileiros João Gilberto Noll (Porto Alegre-RS) e de Luiz Ruffato (Cataguases-MG). Sendo assim, numa possível "etnografia ficcional" busco evidenciar que esses textos literários trazem os embates da experiência social contemporânea, neles as muitas vozes de alteridades em contraponto se tornam presentes num entrecruzamento de temporalidades, nomadismos, nas marcas de uma "geografia rarefeita das cidades", numa fúria do corpo, nos esquecimentos da memória social nas arenas de alteridades que se configuram na sociedade atual. Desse modo, nas narrativas literárias da socialidade contemporânea estão "desmontes" distintos da escritura literária e neles olhares nômades, migrantes, deslocados, "desestabilizadores da forma e do olhar", escritas que talvez, acompanhem, perpassem os embates do vivido

ASSUNTO(S)

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