Qual a classificação e tratamento para insuficiência venosa?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

Não existe apenas uma classificação para doença venosa. Essa resposta será fundamentada na classificação e graduação da doença venosa dos membros inferiores (CEAP – classificação clínica (C), etiológica (E), anatômica (A) e patológica (P)). Esta classificação foi proposta e realizada no fórum Americano de Doenças Venosas preparado por um “Comitê AD HOC”. É também organizada em termos decrescentes de gravidade da doença.

a) Classe 0 – Não visível ou palpável sinais de doença venosa

b) Classe 1 – Telengectasias e/ou veias reticulares

c) Classe 2 – Veias varicosas

d) Classe 3 – Edema

e) Classe 4 – Pigmentação, eczema e lipodermoesclerose

f) Classe 5 – Úlcera varicosa cicatrizada

g) Classe 6 – Úlcera varicosa aberta

Telangiectasias são definidas como dilatações intradérmicas das veias, cujo diâmetro estimado é de aproximadamente 1mm. Veias reticulares são dilatações subdérmicas das veias com diâmetro de mais ou menos 4 mm e que não são palpáveis. Veias varicosas são de localização subcutânea, palpáveis, acima de 4mm.

Os sintomas incluem, dor, congestão, irritação da pele e câimbras musculares assim como edema e outras complicações atribuídas em disfunções venosas.

O tratamento das varizes tem como objetivo o alívio dos sintomas, tratar e prevenir complicações e evitar recorrência das mesmas. O tratamento pode ser dividido em clínico, cirúrgico e escleroterápico. Deve ser bem explicado ao paciente que a doença varicosa é cíclica, e que o tratamento nem sempre é curativo, necessitando seguir as medidas de prevenção.

deve ser indicado nos pacientes assintomáticos e nos pacientes que recusam tratamento cirúrgico e /ou escleroterápico. Consiste no uso de meias elásticas, além das medidas de prevenção. O uso de meias elásticas de compressão graduada (média ou alta) até o nível do joelho ou da coxa parece oferecer somente pequeno benefício para as varizes. Um Ensaio Clínico Randomizado não encontrou diferença significativa nos sintomas entre o uso de meias de compressão por quatro semanas e nenhum tratamento em pessoas com veias varicosas. Porém, o estudo pode não ter tido poder para detectar efeitos clinicamente importantes

podem ser indicados por questões estéticas ou sintomáticas, na presença de trajetos varicosos maiores que 3mm. Existem vários tipos de cirurgias, desde a simples ressecção de colaterais varicosas por microincisões até as safenectomias, levando-se em consideração que nos dias atuais a tendência é a cirurgia com preservação das safenas, dependendo do grau de dilatação e insuficiência das mesmas. As contra-indicações para a cirurgia são várias, incluindo gravidez, doença hemorrágica associada, membro com isquemia, presença de úlcera aberta e infectada, linfedema do membro e idade avançada (contra-indicação relativa). Pode haver complicações, tais como hemorragias, linforragia, infecção, lesão de veias profundas, lesões de nervos, entre outros, mas todos com baixa incidência.

Ensaios Clínicos Randomizados encontraram que a cirurgia reduziu a recorrência das veias varicosas e a incidência de novas veias varicosas em 1 e 10 anos comparada à escleroterapia com injeção.

deve ser indicado nos casos de telangiectasias (0,1-1mm) associadas ou não a cirurgias prévias para retirada de pontos de refluxo em microvarizes (2-4 mm). A escleroterapia pode ser química com substâncias esclerosantes, por eletrocoagulação ou térmica com o uso do laser para fototermólise dos vasos. Também não é isento de complicações, podendo acontecer desde reações alérgicas até necroses de pele no local das punções.

 

 

ASSUNTO(S)

apoio ao diagnóstico médico k95 veias varicosas da perna insuficiência venosa a - estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência d - opinião desprovida de avaliação crítica/baseada em consensos/estudos fisiológicos/modelos animais

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