Quais as orientações de enfermagem aos pacientes que possuem fissuras nas plantas dos pés?
AUTOR(ES)
Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul
FONTE
Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul
DATA DE PUBLICAÇÃO
12/06/2023
RESUMO
Fissuras ou rachaduras nos pés são consideradas feridas de pele de espessura parcial e correm o risco de se tornarem grandes e profundas, tornar doloroso ficar em pé, andar ou pressionar o calcanhar, além de se tornarem entrada para micro-organismos, ou seja, infecção, e riscos de úlceras, especialmente em pacientes com diabetes e doença vascular periférica
. Os principais sintomas são dor, coceira, escamação seca, sangramento e constrangimento
. O tratamento inclui
:
– Deixar os pés de molho em água morna por até 20 minutos para amolecer a pele e depois esfoliá-la. – Esfoliar com agentes catalíticos como ácido salicílico diário, que suaviza o estrato córneo, juntamente com aplicação de um emoliente adequado para hidratar os tecidos e restaurar a barreira epidérmica. – Usar preparados enzimáticos que não contenham antibióticos de acordo com protocolo local para desbridamento, se necessário. – Hidratar os pés regularmente, dando preferência a produtos que contenham ureia, pois ajuda a remover a pele morta, aumenta a absorção de água, aumenta a capacidade de retenção de água na camada córnea da pele e aumentam a elasticidade da pele. Na concentração a 20%, a ureia tem ação ceratolítica e queratolítica; influencia na expressão gênica reduzindo e regularizando a proliferação dos queratinócitos, promovendo o afinamento da pele. Fortalece a imunorregulação e expressão de lipoproteínas antimicrobianas, favorecendo ação anti-inflamatória e imunoprotetora na pele. Em suma, a uréia colabora para integridade da barreira de permeabilidade da pele e suas funções de proteção física, química, imunológica. Por isso, é utilizada no tratamento de muitas doenças de pele, incluindo hiperqueratoses. – Usar topical timolol nos cases graves de fissura – promove a migração de queratinócitos e re-epitelização. O β2-antagonista afeta a secreção do corpo lamelar, restaurando a barreira cutânea, cicatrizando as fissuras no pé. – Não usar em nenhuma fase dos curativos a solução furacinada, permanganato de potássio ou pomadas com antibióticos. – Usar protetor de silicone para calcanhar a fim de proteger a pela contra descamação e rachaduras. – Manter os pés cobertos com meias de algodão com capacidade de retenção de suor que contribui com a hidratação e evitar sapatos abertos como sandálias ou chinelos. – Usar sapatos adequados (evitar chinelos e sandálias) e evitar andar com pés descalços.
A pele do calcanhar é composta por um estrato córneo espesso para suportar a pressão do peso corporal. A presença de muitas glândulas sudoríparas nas solas dos pés e muito poucas glândulas sebáceas favorece a perda de água na superfície da pele. Hábitos como ficar em pé por períodos longos, andar descalços e uso inadequado de calçados, como sandálias e chinelos, e não uso de meias aumentam a pressão na pele e favorecem o desenvolvimento de hiperqueratose e fissuras no calcanhar. Outros fatores associados são micoses, condições médicas como diabetes ou psoríase, psoríase e eczema, hidratação inadequada, banhos quentes que ressecam a pele, falta de bons hábitos alimentares. Se os pés entrarem em contato contínuo com a água pode perder seu óleo natural e ficar seco e áspero. Os diabéticos correm risco de ulceração, calos, celulite, doença arterial periférica e neuropatia periférica
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ASSUNTO(S)
cuidados de enfermagem enfermeiro s21 sinais/sintomas da textura da pele dermatopatias pé
ACESSO AO ARTIGO
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