Propriedades nutritivas e funcionais fisiológicas de algumas proteínas alimentícias / Nutritional and physiological functional properties of some food proteins

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Com o propósito de melhor harmonizar os vários aspectos pesquisados, a tese está apresentada em quatro capítulos. No primeiro capítulo se fez um apanhado geral dos aspectos químicos, nutricionais e funcionais (tanto tecnológicos como os fisiológicos) das fontes protéicas estudadas no decorrer do trabalho e descritos na literatura. No segundo capítulo estudou-se o poder imunoestimulante de uma caseína comercial (CC), da caseína isolada na forma de micelas íntegras (CM), de um isolado de proteína de soja comercial (IPS), um concentrado de globulinas (BSG) e um concentrado de albumina (BSA), isolados do soro de sangue bovino, um isolado protéico de soro de leite bovino (NZ), importado da Nova Zelândia, um isolado de soro de leite bovino produzido em planta piloto, em Rennes (Ren), França, e um concentrado de proteínas de soro de leite bovino (CSD), produzido em planta piloto (Tecnolat), ITAL, Campinas. A imunoestimulação foi medida no baço pelo processo de contagem de células formadoras de placa (CFP) após imunização de camundongos da linhagem A/Uni, com 5 x 106 hemáceas de carneiro. A formação de placas (reação antígeno-anticorpo) foi medida por contagem de células formadoras de placa com auxílio de um microscópio de fase e de uma lupa. O número de CFP, que representa a intensidade da reação antígeno-anticorpo foi expresso para o órgão todo (CFP/baço x 10-3). Foram estudados neste capítulo o poder imunoestimulante sobre as células de baço das várias proteínas, as influências da concentração da proteína na dieta, a combinação do CSD com as outras preparações protéicas e a influência de diferentes tratamentos (processamentos) sobre a imunoestimulação. Concluiu-se que o concentrado de soro de leite bovino produzido no ITAL, Campinas, foi o que apresentou maior poder imunoestimulante e que a imunoestimulação, para esse preparado, manteve-se na faixa de concentração de 7,5 a 20g de proteína/100g de dieta. Todas as fontes de proteína estudadas quando associadas (misturadas) ao CSD na dieta, influíram negativamente no poder imunoestimulante do CSD, exceto a BSA. Tratamentos térmicos acima de 50°C, exceto a pasteurização (72°C, 15 seg.) e a irradiação acima de 3KG influíram negativamente sobre o poder imunoestimulatório do CSD. A desidratação do concentrado em ¿Spray dryer¿ não afetou significativamente o poder de imunoestimulação do CSD. No terceiro capítulo procurou-se estudar as influências da composição em aminoácidos dos materiais protéicos, CSD, caseína, hidrolisado enzimático da caseína e, conseqüentemente, do estado de estruturação dessas proteínas, no consumo de dieta, ganho de peso corporal, proteínas sanguíneas e estímulo à síntese de glutationa, no fígado. No quarto capítulo realizou-se uma avaliação nutricional e imunológica de quatro dietas de composição básica semelhante, variando-se apenas o componente protéico. As dietas estudadas foram, uma fórmula comercial tomada como referência (FC), uma dieta à base de caseína micelar (CM), outra à base de CSD e finalmente uma mistura 50:50 CSD/CM. Para a avaliação do estímulo imunológico utilizaram-se camundongos da linhagem A/Uni com 6-8 semanas de idade e a técnica de imunoestimulação com injeção de hemáceas de carneiro (5 x 106 células), seguido da determinação do número de células formadoras de placa (CFP), contadas em suspensão de células de baço de animais, cinco dias após imunização. As CFP representam reações antígenoanticorpo, anticorpos que representam a imunoglobulina M (IgM), reação imune primária em resposta ao imunógeno das hemáceas de carneiro. Os resultados da imunoestimulação foram mais baixos para a dieta CM, mais elevados para as dietas CSD e FC e intermediários para CM/CSD (50:50). Estatisticamente não houve diferença entre as dietas CSD e FC nem entre CSD/CM e FC (p >0,05), porém houve diferença estatística em favor da dieta CSD em relação à CM e CSD/CM (p <0,05). Em relação ao poder de estímulo à glutationa, a dieta CSD revelou maior concentração hepática (8,02 ??0,59 ?moles/g de tecido). Não houve diferença estatística para glutationa entre FC e CSD/CM (6,55 ??0,96 ?moles/g de tecido) de glutationa hepática. Demonstrou-se uma correlação altamente positiva (CPF = 3,3395 + 9,0913 x GSH, r = 0,94) entre os estímulos à síntese de IgM (baço) e de GSH (fígado). Os parâmetros nutricionais consumo de dieta, ganho de peso, quociente de eficiência alimentar (QEA), digestibilidade aparente da proteína (Dap%), valor biológico aparente (VBap%), balanço de nitrogênio (BN) e quociente de eficiência protéica (PER), foram todos bastante elevados e não diferiram entre os tratamentos (p >0,05). Tomados no todo, os resultados confirmam que, elevados valores nutricionais podem não representar elevadas propriedades funcionais-fisiológicas, avaliados nesta pesquisa como poder imunomodulador e estímulo à síntese de glutationa

ASSUNTO(S)

nutritive value immunomodulation glutathione experimental model food protein proteínas alimentícias valor nutritivo imunomodulação glutationa modelo experimental

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