Proposições para a formação de aconselhadores em HIV/Aids

AUTOR(ES)
FONTE

Physis

DATA DE PUBLICAÇÃO

2013-09

RESUMO

Problematiza-se a formação de aconselhadores em HIV/Aids, exigência do Ministério da Saúde, para que profissionais de saúde desenvolvam essa prática junto ao usuário que busca testagem anti-HIV. Abordar a formação é estratégico para qualificar sua prática na direção de construção de respostas mais eficazes e efetivas à Aids. Análises de manuais do ministério e de entrevistas com aconselhadores, realizadas em pesquisa de tese (em andamento), subsidiam a discussão. Destacam-se das análises dos manuais uma concepção de subjetividade-identidade, como uma marca inexorável definida pelas práticas sexuais do usuário, e tendência prescritiva e diretiva nas recomendações aos profissionais. Das análises de entrevistas, destacam-se os modos de aconselhar identificados - instrução e relação. Esses achados se somam às reflexões em torno do aconselhamento - tratado como dispositivo em saúde e como produção não material no contexto das reflexões sobre o mundo do trabalho nas sociedades capitalistas. Sugere-se que o aconselhamento tende a ser capturado por uma perspectiva mercadológica, pela íntima associação entre racionalidade científica e econômica, no campo da saúde. Esse arranjo é sustentado pela ainda hegemônica ideologia biomédica nas práticas em saúde. Para escapar dessa direção, sugere-se posicionamento crítico do aconselhador na execução de seu trabalho, evitando postura diretiva e protocolar. O aconselhamento-relação apresenta-se como modo de aconselhar alternativo, pelo uso de tecnologias leves, relações horizontalizadas, respeito às singularidades e o protagonismo do usuário nos cuidados de si. São apresentadas, finalmente, proposições (princípios e conteúdos) para a realização de processos formativos na direção do aconselhamento-relação.

ASSUNTO(S)

aconselhamento pessoal de saúde educação em saúde

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