Programa de orientação não presencial de pais de crianças deficientes auditivas.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

O resultado final da reabilitação da criança com deficiência auditiva depende do modo como os pais lidam com a situação, isto é, como aceitam a condição do filho e aproveitam as oportunidades do ambiente para estimular e otimizar o trabalho terapêutico e educacional realizado por profissionais especializados. As informações que os pais recebem devem levar em conta o contexto social e emocional, visando a aplicação das orientações e explorando os recursos disponíveis. A proposta deste trabalho foi elaborar e avaliar um programa de orientação não presencial para pais e responsáveis por crianças com deficiência auditiva severa e profunda, de dois a seis anos de idade. O programa, estruturado em quatro unidades de conteúdo teórico, abrangendo informações básicas e propostas de atividades práticas, foi aplicado a 30 pais atendidos no Centro de Distúrbios da Audição, Linguagem e Visão do HRAC, USP. As unidades foram formuladas com base em informações obtidas dos profissionais e pais. Dos profissionais, foram consideradas as orientações que eles passam durante os atendimentos de diagnóstico da deficiência auditiva e indicação do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) e os conhecimentos que, no relato deles, os pais devem adquirir com os atendimentos. Com os pais, foram levantadas as dificuldades das crianças, deles mesmos e das famílias, assim como informações que gostariam de receber. Para avaliação do programa, em relação ao seu conteúdo e receptividade, foram analisadas as respostas dos pais aos questionários das quatro unidades e a entrevista final, aplicada aos 14 pais que primeiro concluíram as mesmas. As análises realizadas permitiram considerar que os pais anseiam por informações claras e objetivas, que possam orientá-los no dia-a-dia, bem como por sugestões de atividades práticas, que possam adequar à realidade de suas vidas, no contexto familiar, para ajudarem no desenvolvimento da criança. Embora alguns pais tenham encontrado dificuldade em se expressar por escrito e realizar as atividades que requeriam algum nível de instrução, percebeu-se, nas entrevistas, que isso não inviabiliza um programa com materiais escritos e sugestões de tarefas. Deve-se considerar que algumas questões só tiveram a intenção de que os pais pensassem a respeito dos assuntos tratados, e mesmo quando encontraram dificuldade para responder alguma questão ou executar qualquer atividade, os pais já estavam se envolvendo com os assuntos tratados e procurando aplicá-los à sua realidade, para tomar decisões com segurança e tranqüilidade.

ASSUNTO(S)

educacao especial orientação de pais deficientes auditivos

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