Produtividade e reação de progênies de maracujazeiro azedo à doenças em campo e casa de vegetação

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A cultura do maracujá é uma das mais importantes dentre as fruteiras cultivadas no Brasil, apesar de apresentar sérios problemas fitossanitários. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a produtividade, qualidade de frutos e a resistência de progênies de maracujazeiro azedo a virose do endurecimento dos frutos (Cowpea aphid-borne mosaic vírus CABMV), a septoriose (Septoria passiflorae), verrugose (Cladosporium herbarum), antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) e a bacteriose (Xanthomonas axonopodis pv. passiflorae) no campo, casa de vegetação. Os experimentos foram realizados na Fazenda Água Lima, para a avaliação da produtividade, qualidade dos frutos e reação a virose, bacteriose, verrugose e septoriose, e na Estação Experimental da Biologia, para a avaliação das progênies, em casa de vegetação, quanto à incidência e severidade às doenças antracnose, verrugose, bacteriose e virose. O experimento conduzido na Fazenda Água Limpa foi montado em blocos casualizados, com 26 tratamentos (progênies) e quatro repetições, sendo a parcela útil constituída por oito plantas. As progênies avaliadas em condições de campo foram: MAR20#12, MAR20#10, MAR20#41, MAR20#40, MAR20#24, MAR20#2005, MAR20#39, MAR20#1, MAR20#15, MAR20#44, MAR20#19, MAR20#6, MAR20#29, MAR20#34, MAR20#21, MAR20#49, FB-200, FB100, MSCA, Rubi Gigante, Redondão, Roxo Australiano, PES9, EC-3-0, ECL-7 e Gigante Amarelo. Em condições de casa de vegetação as progênies avaliadas foram famílias de meios irmãos dos seguintes materiais: MAR20#01, MAR20#05, MAR20#12, MAR20#15, MAR20#19, MAR20#21, MAR20#36, MAR20#40, MAR20#2005, MAR20#03, MAR20#06, MAR20#09, MAR20#10, MAR20#24, MAR20#34, MAR20#39, MAR20#46, MAR20#23, MAR20#41, GA2, AR01, AR02, FP01, EC RAM, FB100, MSCA, Rubi Gigante, Redondão, Roxo Australiano, PES9, EC-3-0, ECL-7, Gigante Amarelo, A 09 1, ECL 7 1, 20#36, A 09 2, FB 200 1, FB 200 2, RED 1, PL1, PL2, PL3, PL4, PL5 e PL7 . No campo, foram realizadas 41 colheitas em 16 meses e avaliadas as seguintes características: produtividade e número de frutos por hectare, massa média dos frutos (g); classificação dos frutos em cinco classes (primeira, 1B, 1A, 2A e 3A) de acordo com o diâmetro e em três classes (amarelo, rosa e roxo). Na avaliação geral, houve uma produtividade maior para a progênie MAR20#15 de 29.082,96 kg/ha diferindo estatisticamente das progênies MAR20#29, Roxo e PES9 que obtiveram a produtividade de 19.326,53 kg/ha, 16.189,45 kg/ha e 14.103,83 kg/ha respectivamente. A progênie MAR20#06 foi a que apresentou a maior porcentagem da massa de frutos da cor amarela. A progênie MAR20#19 apresentou a maior produtividade de frutos de classificação primeira. Para a classificação de frutos com o tamanho 1B, a progênie com a maior produtividade foi a MAR20#15. A progênie PES9 apresentou a maior massa média de frutos de 1A 164,84 g. Na avaliação de doenças em condições de campo a progênie MAR20#29 foi o que apresentou a maior severidade média da bacteriose e a progênie MAR20#29 a que apresentou a maior incidência em 2008 e 2009. A progênie MAR20#24 apresentou em 2009 uma severidade de 3,15% sendo a maior severidade da bacteriose entre as progênies. Todas progênies apresentaram-se moderadamente susceptíveis (MS) em 2008. Em 2009 as progênies MAR20#40, MAR20#24, MAR20#6, FB200 e Redondão apresentaram-se suscetíveis (S) e o restante das progênies apresentaram-se moderadamente suscetíveis (MS) a bacteriose. Para a severidade da septoriose em 2008, não houve diferença significativa, entre as progênies. As progênies FB200 e MAR20#12 apresentaram as maiores severidades da septoriose em 2009. Em 2009, as progênies MAR20#34 e MAR20#49 apresentaram as maiores incidências e severidades da verrugose. Em 2008, todas progênies apresentaram-se moderadamente suscetíveis (MS) e em 2009, as progênies MAR20#15, Roxo e MAR20#1 apresentaram-se moderadamente suscetíveis e o restante das progênies apresentaram-se suscetíveis a verrugose. A progênie EC 3 0 apresentou a maior incidência e a maior severidade do vírus em 2008. A progênie MAR20#15 apresentou a maior severidade do vírus em 2009. Todas as progênies apresentaram-se suscetíveis a virose nos dois anos de avaliação. Em condições de casa de vegetação, o primeiro experimento com clones das progênies do campo apresentou os seguintes resultados: as progênies Redondão e MAR 20#49 apresentaram as menores incidências da antracnose e a progênie MAR 20#06 apresentou a maior incidência. As progênies MAR20#34, MAR20#06, Redondão e MAR20#49 apresentaram-se moderadamente resistentes (MR), a progênie FB200 altamente suscetível (AS) e as demais progênies como suscetíveis a antracnose (S). Com relação a verrugose as progênies Redondão, MAR20#2005, FB200 e MAR20#16 apresentaram-se resistentes (R) e o restante das progênies moderadamente resistente (MR). No segundo experimento com famílias de meio irmãos a progênie MAR20#19 apresentou a menor incidências na folha, planta e severidade de antracnose sendo a única considerada como moderadamente resistente. As demais progênies apresentaram-se como altamente suscetíveis a antracnose. As progênies MAR20#39, GA2 e PL5 apresentaram-se suscetíveis à bacteriose (S) e as demais progênies moderadamente susceptíveis (MS). As progênies Redondão, MAR20#34 e MAR20#03 apresentaram-se suscetíveis a verrugose e os restantes das progênies apresentaram moderadamente resistentes. A progênie MAR20#39 apresentou a menor severidade média e a progênie A09 2 a maior severidade do vírus. Todas as progênies apresentaram-se moderadamente suscetíveis à virose. Observando uma grande variabilidade genética para a produtividade e resistência, entre e dentro da mesma espécie de maracujazeiro.

ASSUNTO(S)

produtividade virose melhoramento ciencias biologicas doenças passiflora edulis sims. resistência passiflora edulis cabmv septoriosis maracujá azedo verrugosis and bacteriosis

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