PRODUÇÃO DE ÓXIDO NÍTRICO E INTERFERON-GAMA POR CÉLULAS MONONUCLEARES DE SANGUE PERIFÉRICO DE BOVINOS INFESTADOS ARTIFICIALMENTE POR Boophilus microplus / PRODUÇÃO DE ÓXIDO NÍTRICO E INTERFERON-GAMA POR CÉLULAS MONONUCLEARES DE SANGUE PERIFÉRICO DE BOVINOS INFESTADOS ARTIFICIALMENTE POR Boophilus microplus

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

As infestações por carrapatos em bovinos reduzem a produtividade do gado de corte e leiteiro causando grandes perdas econômicas à pecuária. Os prejuízos acarretam desde debilidade física e transmissão de doenças ao rebanho, como anaplasmose e babesiose, até a morte dos indivíduos mais vulneráveis. Os carrapatos permanecem por longos períodos fixados em seus hospedeiros sendo expostos ao sistema de defesa do bovino, o que provoca inflamação e ativa elementos da resposta imune humoral e celular do hospedeiro. Em contrapartida, componentes imunogênicos da glândula salivar do carrapato modulam a resposta bovina para perfis de citocinas favoráveis à hematofagia. Existem poucos estudos sobre mecanismos imunes que guiam a interação parasito-hospedeiro e determinam o sucesso ou não do parasitismo. Trabalhos recentes apontam para importância de fatores genéticos relacionados à resistência ao carrapato em determinadas raças bovinas, além de estudos que mostram o papel crítico das citocinas na prevenção e progressão de quadros patológicos. O objetivo desse trabalho foi avaliar a resposta imunológica de bovinos infestados artificialmente pelo carrapato Boophilus microplus através de ensaios de proliferação celular e detecção de óxido nítrico (NO) e interferon-gama (IFN-γ) em células mononucleares do sangue periférico a fim de verificar diferentes níveis de resistência bovina. Seis bovinos mais resistentes e seis mais susceptíveis de uma população F2 de 332 animais, originária do cruzamento de F1 ( Holandês : Gir), foram selecionados com base na contagem de carrapatos e valor genético. Amostras de sangue foram coletadas nos pontos 0, 5 e 12 dias pós-infestação para cultura de células e estimulação in vitro com antígenos do B. microplus. A proliferação celular e os níveis de NO e IFN-γ foram avaliados respectivamente pelos métodos de MTT, Griess e ELISA. As células dos animais resistentes (R) tenderam ao aumento de proliferação no 5 dia quando estimuladas com antígenos do carrapato retornando aos níveis iniciais no 12 dia. Já nos animais susceptíveis (S), a estimulação pareceu inibir a proliferação das células no dia 0 e não alterou os índices do 5 e 12 dia. Apesar disso, não houve diferença significativa na proliferação celular entre os grupos R e S. Quando as células obtidas no dia 0 foram cultivadas na ausência de estímulo, os níveis de NO dos animais R tenderam a ser mais altos que dos animais S. A estimulação com antígenos de carrapato pareceu inibir a produção de NO no 5 dia por células de animais R. Também não houve diferença significativa nas produções de NO e de IFN-γ entre os grupos R e S. Os resultados sugerem que o NO possa ter um papel no início da resposta imune que delineia o mecanismo de resistência ao carrapato, uma vez que as alterações mais importantes foram detectadas até o 5 dia após a infestação. É possível que o mecanismo de resistência esteja associado à regulação negativa da resposta imune a fim de não incitar a modulação desta pelo carrapato, porém sendo eficaz o suficiente para eliminá-lo. A avaliação da resposta imunológica nos primeiros momentos após a fixação do carrapato no couro bovino, bem como um acompanhamento mais detalhado dos pontos temporais da infestação poderia fornecer dados mais conclusivos

ASSUNTO(S)

óxido nítrico tick boophilus microplus cell proliferation gado interferon-gamma cattle interferon-gama nitric oxide imunologia proliferação celular b. microplus

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