Modulação especie-especifica do interferon-gama sobre as atividades migratoria e geradora de especies ativas de nitrogenio e oxigenio em neutrofilos e celulas mononucleares

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1994

RESUMO

Este trabalho descreve os efeitos do IFN-? sobre a atividade migratória de neutrófilos e monócitos para a cavidade peritoneal de camundongos; descreve também a relação espécie-específica entre os IFNs-? recombinantes humano e murino, in vitro, bem como seu efeito modulador sobre a atividade quimiotática para neutrófilos induzida por LPS, in vivo, e sobre a liberação de fatores quimiotáticos para essas células, por macrófagos peritoneais estimulados, in vitro, pela endotoxina. Tanto o rmulFN-? (150-1350 Ul/animal) quanto o rhulFN-? (150 Ul/animal) nâo foram capazes de induzir migração de neutrófilos ou de monócitos para a cavidade de camundongos, avaliada 12 e 96 horas após a injeção dos estímulos e comparadas ao controle LPS (200 ng/animal) e tioglicolato 3% (1,5 ml/animal), respectivamente. Observou-se também, que em ratos, nenhum dos rlFN-? (humano ou murino) foi capaz de induzir migração de neutrófilos ou monócitos para a cavidade peritoneal desses animais. Os macrófagos peritoneais murinos, in vitro, quando estimulados simultaneamente com rmulFN-? e LPS liberaram em torno de 30 µM de NO2- e esta liberação foi quase totalmente inibida com nitroarginina (NARG, 500 µM). Por outro lado, a estimulação desses macrófagos com rhulFN-? e LPS não causou liberação significativa de NO, mesmo em doses de até 500 ui/ml. A estimulação de células mononucleares humanas com rhulFN-? (20-500 Ul/ml) causou uma liberação dose-dependente de ânions superóxido, entretanto tal efeito não foi observado quando a célula estudada foi o neutrófilo. O rhulFN-y potenciou a liberação desses ânions tanto em células mononucleares como em neutrófilos estimulados por PMA (3 nM), porém, quando o estímulo foi o zimosam, o efeito da potenciação não foi observado. Quando os estudos foram realizados utilizando-se rmulFN-?, esta citocina por si só, não causou liberação de ânions superóxido e não foi capaz de potenciar a liberação induzida por PMA ou zimosam, nos dois tipos celulares analisados. Macrófagos em cultura foram capazes de liberar no sobrenadante, após estimulação com LPS (5 µg/ml), um fator que induziu migração de neutrófilos para a cavidade peritoneal de camundongos. A injeção do sobrenadante de macrófagos estimulados por rmulFN-? e LPS causou uma migração de neutrófilos para a cavidade peritoneal de camundongos cerca de 50% menor do que a induzida pelo sobrenadante obtido de macrófagos apenas estimulados com LPS. A dosagem de TNF-a no sobrenadante de cultura de macrófagos murinos estimulados com LPS (5 µg/ml) ou rmulFN-? (20 Ul/ml), apresentaram valores semelhantes: 3,67 e 3,61 ng TNF/ml, respectivamente. O nível de TNF-a presente no sobrenadante de cultura de macrófagos estimulados com LPS e rmulFN-? foi cerca de 3,5 vezes maior (12 ng TNF/ml). A administração simultânea de rmulFN-? (150 Ul/animal) foi capaz de, dependendo da dose de LPS ou TNF-a utilizada, potenciar (1 ng de LPS ou 0,5 ng de TNF-a/animal) ou inibir (10,100 ng de LPS ou 100 ng de TNF-a/animal) a migração de neutrófilos induzida por esses estímulos, para a cavidade peritoneal de camundongos. Estes resultados mostram que IFN-? não é quimiotático para neutrófilos ou monócitos e seus efeitos são espécie-específicos. O IFN-? possue uma importante função moduladora sobre as atividades citotóxíca e liberadora de citocinas e/ou fatores quimiotáticos por macrófagos e não deve estar participando das etapas iniciais do processo inflamatório e sim na manutenção do mesmo

ASSUNTO(S)

interferon tipo ii quimiotaxia monocitos neutrofilos

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