Potencial terapêutico do transplante xenogênico de células mesenquimais estromais na Doença Inflamatória Intestinal. / Therapeutic potential of xenogenic mesenchymal stromal cells transplantation in inflammatory bowel disease.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

19/07/2011

RESUMO

As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), como a doença de Crohn e a colite ulcerativa, são caracterizadas por inflamação crônica descontrolada da mucosa intestinal. Enquanto a colite ulcerativa apresenta-se com resposta Th2, pacientes com doença de Crohn apresentam resposta Th1 e, recentemente, descobriu-se a presença de células Th17 na mucosa inflamada, além de falhas no processo de imunorregulação, por células T reguladoras (Tregs). Embora as terapias atuais sejam direcionadas a estes elementos da cascata imuno-inflamatória, nenhum tratamento é, no momento, totalmente efetivo, sendo evidente a necessidade de novas terapias para o controle da progressão das DII. As células mesenquimais estromais (MSCs) são células multipotentes com grande capacidade imunossupressora e reguladora, com importantes perspectivas terapêuticas para o tratamento de doenças autoimunes e inflamatórias. Sendo assim, este estudo pré-clínico avaliou o potencial terapêutico de MSCs humanas na DII induzida experimentalmente. As MSCs foram isoladas, cultivadas e caracterizadas a partir de tecido adiposo de doadores saudáveis (adMSC). A DII foi induzida em camundongos BALB/c com injeção intrarretal de ácido trinitrobenzeno sulfônico (TNBS) e, após indução da doença, os animais foram tratados com MSC e eutanasiados nos dias 3, 7, 14 e 60 pós-transplante, para a coleta de segmentos intestinais, baço e linfonodos mesentéricos. Foram avaliados o peso, presença de diarréia, mortalidade e, por histopatologia, a resposta inflamatória intestinal de camundongos com DII antes e após o tratamento com MSC. A modulação da resposta imune intestinal foi averiguada com ênfase nas subpopulações de células Tregs e Th17. Além destas, as células do infiltrado inflamatório no intestino, baço e linfonodos foram quantificadas por citometria de fluxo. As citocinas na mucosa intestinal foram avaliadas por Cytometric Bead Array (CBA) e ELISA. Amostras de outros órgãos foram também coletadas com o intuito de se averiguar possíveis alterações histopatológicas pós-infusão de MSC, o que não foi detectado. Os resultados demonstraram que as adMSCs apresentaram marcadores de superfície, plasticidade e potencial supressor semelhante aos dados já descrito para MSCs. Houve controle aparente da inflamação intestinal pós-tratamento com MSC, com redução dos sinais clínicos da DII experimental. O infiltrado inflamatório na DII foi influenciado pelo tratamento com adMSC, com alterações específicas nas populações de neutrófilos, eosinófilos, macrófagos, células dendríticas, células NK, NKT e linfócitos T. O tratamento com adMSC induziu inversão do padrão de resposta imune intestinal, com aumento de regulação (Tregs) e resposta Th2 e redução de citocinas inflamatórias além da diminuição da população de células Th17. Finalmente, nossos resultados contribuíram para o entendimento da patogênese da DII no modelo de colite induzida por TNBS, da ação das MSC e de sua eficácia no tratamento dessas doenças, podendo ser uma nova estratégia terapêutica para o tratamento da colite ulcerativa e/ou doença de Crohn.

ASSUNTO(S)

doença inflamatória intestinal células mesenquimais estromais resposta inflamatória inflammatory bowel disease mesenchymal stromal cells inflammatory response ciencias da saude cell therapy terapia celular

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