Posição no veículo, uso de cinto de segurança e suas conseqüências nas fraturas de face em ocupantes de carros

AUTOR(ES)
FONTE

Clinics

DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

INTRODUÇÃO: Os traumatismos devidos a acidentes de trânsito estão entre as principais etiologias na ocorrência de fraturas de face em todo o mundo. No entanto os mecanismos de trauma são diferentes, conforme o local onde o estudo foi realizado, devido a condições de desenvolvimento, legislação e cultura 1, 2, 3, 4. Com o objetivo de se conhecer a epidemiologia e os mecanismos envolvidos na ocorrência de fraturas de face em ocupantes de automóveis na região metropolitana de São Paulo, foi realizado um estudo retrospectivo entre Fevereiro de 2001 e Julho de 2006. MÉTODO: Foram coletados dados de 297 pacientes admitidos com fraturas de face na sala de emergência do HC-FMUSP. Destes, 151 indivíduos estiveram envolvidos em acidentes de trânsito sendo que 56 (37,08%) estavam dentro de automóveis. Estes últimos foram agrupados baseados na posição em que estavam sentados no veículo no momento do acidente e no uso de cintos de segurança. Dados referentes ao número e localização dos traços de fratura foram obtidos nos diferentes grupos e um Índice Fraturas/Paciente (IF/P) foi idealizado para comparar e avaliar o impacto nesses grupos, e para posteriormente serem analisados e discutidos. RESULTADO: Ocorreram 323 traços de fraturas nos 56 pacientes ocupantes de carros. Aplicando-se o IF/P obtivemos maiores valores no grupo de passageiros do banco traseiro sem cinto de segurança (7,23 fraturas/ paciente), seguido pelo grupo de motoristas sem cinto de segurança (6,33 fraturas/ paciente), passageiros dianteiros sem cinto de segurança (5,58 fraturas/ paciente), motoristas com cinto de segurança (5,54 fraturas/ paciente) e por último o grupo de passageiros dianteiros com cinto de segurança (4,00 fraturas/ paciente). Nesta amostragem, não houve ocupante do banco traseiro com cinto de segurança. CONCLUSÃO: Baseado nos dados dos pacientes e nos resultados do índice foi realizada uma análise comparando-se a incidência de fraturas de face em diferentes condições dentro de um carro, levando-se em conta a posição do ocupante e o uso do cinto de segurança. Os dados indicam que a posição do motorista apresenta uma incidência elevada de fraturas de face, não oferecendo proteção efetiva mesmo com o uso do cinto de segurança, que parece ter papel protetor contra a ocorrência de fraturas de face na posição do passageiro dianteiro. Não foi possível avaliar o uso do cinto de segurança na posição do passageiro traseiro, mas a alta incidência de fraturas no grupo de ocupantes do banco traseiro sem cinto de segurança mostrou a grande suscetibilidade desta posição à ocorrência de fraturas de face, alertando para a necessidade de se tomar medidas de proteção para esta situação.

ASSUNTO(S)

fraturas faciais acidentes automobilísticos epidemiologia trauma cinto de segurança

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