Políticas públicas voltadas a produção do biodiesel na região do Baixo Sul do Estado da Bahia

Marcelo Almeida Senhorinho

O presente estudo trata das diversas interações existentes entre o Baixo Sul do Estado da Bahia, sua população, seus remanescentes de Mata Atlântica e os impactos advindos da expansão das áreas da cultura do dendê existentes, com vistas à produção de biodiesel. Esta expansão vem sendo estimulada, por Programas e Projetos, frutos de uma Política Pública de Governo, que se propõem a alterar a matriz energética vigente baseada em combustíveis fósseis não renováveis, por biocombustíveis mais limpos e renováveis, principalmente de origem agrícola. O Brasil sempre foi reconhecido por sua natural vocação agrícola, o que o coloca em uma posição estrategicamente importante nesta nova realidade que se afigura. São inegáveis as vantagens apresentadas pelos biocombustiveis, ainda mais em um ambiente cada dia mais afetado pelas mudanças climáticas e uma sociedade cada dia mais preocupada com o aquecimento global e as suas consequências. Não se sabe quando, mas as reservas mundiais de petróleo um dia se esgotarão e substitutos deverão ser viabilizados. Dentre as opções existentes, os biocombustiveis aparecem como uma das alternativas viáveis, mas o que pouco se discute são os impactos gerados por uma expansão indiscriminada das áreas de cultivo e os efeitos sobre as matas nativas, as outras culturas existentes, as populações e seu modo de vida. Pôde-se constatar que as políticas públicas de incentivo à produção de biodiesel constituem-se em um fator positivo de desenvolvimento regional, ainda mais em um país em desenvolvimento como o nosso, mas que salvaguardas devem ser adotadas buscando modelos que conciliem desenvolvimento socioeconômico com conservação ambiental.

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